João 1

A Palavra da vida

1No começo aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. 2Desde o princípio, a Palavra estava com Deus. 3Por meio da Palavra, Deus fez todas as coisas, e nada do que existe foi feito sem ela. 4A Palavra era a fonte da vida, e essa vida trouxe a luz para todas as pessoas. 5A luz brilha na escuridão, e a escuridão não conseguiu apagá-la.
6Houve um homem chamado João, que foi enviado por Deus 7para falar a respeito da luz. Ele veio para que por meio dele todos pudessem ouvir a mensagem e crer nela. 8João não era a luz, mas veio para falar a respeito da luz, 9a luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina todas as pessoas.
10A Palavra estava no mundo, e por meio dela Deus fez o mundo, mas o mundo não a conheceu. 11Aquele que é a Palavra veio para o seu próprio país, mas o seu povo não o recebeu. 12Porém alguns creram nele e o receberam, e a estes ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. 13Eles não se tornaram filhos de Deus pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascem os filhos de um pai humano; o próprio Deus é quem foi o Pai deles.
14A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai.
15João disse o seguinte a respeito de Jesus:
— Este é aquele de quem eu disse: “Ele vem depois de mim, mas é mais importante do que eu, pois antes de eu nascer ele já existia.”
16Porque todos nós temos sido abençoados com as riquezas do seu amor, com bênçãos e mais bênçãos. 17A lei foi dada por meio de Moisés, mas o amor e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. 18Ninguém nunca viu Deus. Somente o Filho único, que é Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus.

A mensagem de João Batista

19Os líderes judeus enviaram de Jerusalém alguns sacerdotes e levitas para perguntarem a João quem ele era. 20João afirmou claramente:
— Eu não sou o Messias.
21Eles tornaram a perguntar:
— Então, quem é você? Você é Elias?
— Não, eu não sou! — respondeu João.
— Você é o Profeta que estamos esperando?
— Não! — respondeu ele.
22Aí eles disseram a João:
— Diga quem é você para podermos levar uma resposta aos que nos enviaram. O que é que você diz a respeito de você mesmo?
23João respondeu, citando o profeta Isaías:
— “Eu sou aquele que grita assim no deserto: preparem o caminho para o Senhor passar.”
24Os que foram enviados eram do grupo dos fariseus; 25eles perguntaram a João:
— Se você não é o Messias, nem Elias, nem o Profeta que estamos esperando, por que é que você batiza?
26João respondeu:
— Eu batizo com água, mas no meio de vocês está alguém que vocês não conhecem. 27Ele vem depois de mim, mas eu não mereço a honra de desamarrar as correias das sandálias dele.
28Isso aconteceu no povoado de Betânia, no lado leste do rio Jordão, onde João estava batizando.

O Cordeiro de Deus

29No dia seguinte, João viu Jesus vindo na direção dele e disse:
— Aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! 30Eu estava falando a respeito dele quando disse: “Depois de mim vem um homem que é mais importante do que eu, pois antes de eu nascer ele já existia.” 31Eu mesmo não sabia quem ele era, mas vim, batizando com água para que o povo de Israel saiba quem ele é.
32João continuou:
— Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e parar sobre ele. 33Eu não sabia quem ele era, mas Deus, que me mandou batizar com água, me disse: “Você vai ver o Espírito descer e parar sobre um homem. Esse é quem batiza com o Espírito Santo.” 34E eu vi isso e por esse motivo tenho declarado que ele é o Filho de Deus.
Os primeiros discípulos de Jesus
35No dia seguinte, João estava outra vez ali com dois dos seus discípulos. 36Quando viu Jesus passar, disse:
— Aí está o Cordeiro de Deus!
37Quando os dois discípulos de João ouviram isso, saíram seguindo Jesus. 38Então Jesus olhou para trás, viu que eles o seguiam e perguntou:
— O que é que vocês estão procurando?
Eles perguntaram:
— Rabi, onde é que o senhor mora? (“Rabi” quer dizer “mestre”.)
39 — Venham ver! — disse Jesus.
Então eles foram, viram onde Jesus estava morando e ficaram com ele o resto daquele dia. Isso aconteceu mais ou menos às quatro horas da tarde.
40André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois homens que tinham ouvido João falar a respeito de Jesus e por isso o haviam seguido. 41A primeira coisa que André fez foi procurar o seu irmão Simão e dizer a ele:
— Achamos o Messias. (“Messias” quer dizer “Cristo”.)
42Então André levou o seu irmão a Jesus. Jesus olhou para Simão e disse:
— Você é Simão, filho de João, mas de agora em diante o seu nome será Cefas. (“Cefas” é o mesmo que “Pedro” e quer dizer “pedra”.)
Jesus chama Filipe e Natanael
43No dia seguinte, Jesus resolveu ir para a região da Galileia. Antes de ir, foi procurar Filipe e disse:
— Venha comigo!
44Filipe era de Betsaida, de onde eram também André e Pedro. 45Filipe foi procurar Natanael e disse:
— Achamos aquele a respeito de quem Moisés escreveu no Livro da Lei e sobre quem os profetas também escreveram. É Jesus, filho de José, da cidade de Nazaré.
46Natanael perguntou:
— E será que pode sair alguma coisa boa de Nazaré?
— Venha ver! — respondeu Filipe.
47Quando Jesus viu Natanael chegando, disse a respeito dele:
— Aí está um verdadeiro israelita, um homem realmente sincero.
48Então Natanael perguntou a Jesus:
— De onde o senhor me conhece?
Jesus respondeu:
— Antes que Filipe chamasse você, eu já tinha visto você sentado debaixo daquela figueira.
49Então Natanael exclamou:
— Mestre, o senhor é o Filho de Deus! O senhor é o Rei de Israel!
50Jesus respondeu:
— Você crê em mim só porque eu disse que tinha visto você debaixo da figueira? Pois você verá coisas maiores do que esta.51Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.

João 2

Jesus vai a um casamento

1Dois dias depois, houve um casamento no povoado de Caná, na região da Galileia, e a mãe de Jesus estava ali. 2Jesus e os seus discípulos também tinham sido convidados para o casamento. 3Quando acabou o vinho, a mãe de Jesus lhe disse:
— O vinho acabou.
4Jesus respondeu:
— Não é preciso que a senhora diga o que eu devo fazer. Ainda não chegou a minha hora.
5Então ela disse aos empregados:
— Façam o que ele mandar.
6Ali perto estavam seis potes de pedra; em cada um cabiam entre oitenta e cento e vinte litros de água. Os judeus usavam a água que guardavam nesses potes nas suas cerimônias de purificação. 7Jesus disse aos empregados:
— Encham de água estes potes.
E eles os encheram até a boca. 8Em seguida Jesus mandou:
— Agora tirem um pouco da água destes potes e levem ao dirigente da festa.
E eles levaram. 9Então o dirigente da festa provou a água, e a água tinha virado vinho. Ele não sabia de onde tinha vindo aquele vinho, mas os empregados sabiam. Por isso ele chamou o noivo 10e disse:
— Todos costumam servir primeiro o vinho bom e, depois que os convidados já beberam muito, servem o vinho comum. Mas você guardou até agora o melhor vinho.
11Jesus fez esse seu primeiro milagre em Caná da Galileia. Assim ele revelou a sua natureza divina, e os seus discípulos creram nele.
12Depois disso, Jesus, a sua mãe, os seus irmãos e os seus discípulos foram para a cidade de Cafarnaum e ficaram alguns dias ali.

Jesus vai ao Templo

Mateus 21.12-17;Marcos 11.15-19;Lucas 19.45-48
13Alguns dias antes da Páscoa dos judeus, Jesus foi até a cidade de Jerusalém. 14No pátio do Templo encontrou pessoas vendendo bois, ovelhas e pombas; e viu também os que, sentados às suas mesas, trocavam dinheiro para o povo. 15Então ele fez um chicote de cordas e expulsou toda aquela gente dali e também as ovelhas e os bois. Virou as mesas dos que trocavam dinheiro, e as moedas se espalharam pelo chão. 16E disse aos que vendiam pombas:
— Tirem tudo isto daqui! Parem de fazer da casa do meu Pai um mercado!
17Então os discípulos dele lembraram das palavras das Escrituras Sagradas que dizem: “O meu amor pela tua casa, ó Deus, queima dentro de mim como fogo.”
18Aí os líderes judeus perguntaram:
— Que milagre você pode fazer para nos provar que tem autoridade para fazer isso?
19Jesus respondeu:
— Derrubem este Templo, e eu o construirei de novo em três dias!
20Eles disseram:
— A construção deste Templo levou quarenta e seis anos, e você diz que vai construí-lo de novo em três dias?
21Porém o templo do qual Jesus estava falando era o seu próprio corpo. 22Quando Jesus foi ressuscitado, os seus discípulos lembraram que ele tinha dito isso e então creram nas Escrituras Sagradas e nas palavras dele.

Jesus sabe o que as pessoas pensam

23Quando Jesus estava em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos creram nele porque viram os milagres que ele fazia. 24Mas Jesus não confiava neles, pois os conhecia muito bem. 25E ninguém precisava falar com ele sobre qualquer pessoa, pois ele sabia o que cada pessoa pensava.

João 3

Jesus e Nicodemos

1Havia um fariseu chamado Nicodemos, que era líder dos judeus. 2Uma noite ele foi visitar Jesus e disse:
— Rabi, nós sabemos que o senhor é um mestre que Deus enviou, pois ninguém pode fazer esses milagres se Deus não estiver com ele.
3Jesus respondeu:
— Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo.
4Nicodemos perguntou:
— Como é que um homem velho pode nascer de novo? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez?
5Jesus disse:
— Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito.6Quem nasce de pais humanos é um ser de natureza humana; quem nasce do Espírito é um ser de natureza espiritual. 7Por isso não fique admirado porque eu disse que todos vocês precisam nascer de novo. 8 O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito.
9— Como pode ser isso? — perguntou Nicodemos.
10Jesus respondeu:
— O senhor é professor do povo de Israel e não entende isso?11Pois eu afirmo ao senhor que isto é verdade: nós falamos daquilo que sabemos e contamos o que temos visto, mas vocês não querem aceitar a nossa mensagem. 12Se vocês não creem quando falo das coisas deste mundo, como vão crer se eu falar das coisas do céu? 13Ninguém subiu ao céu, a não ser o Filho do Homem, que desceu do céu.
14 — Assim como Moisés, no deserto, levantou a cobra de bronze numa estaca, assim também o Filho do Homem tem de ser levantado, 15para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna. 16Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. 17Pois Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo.
18 — Aquele que crê no Filho não é julgado; mas quem não crê já está julgado porque não crê no Filho único de Deus. 19E é assim que o julgamento é feito: Deus mandou a luz ao mundo, mas as pessoas preferiram a escuridão porque fazem o que é mau. 20Pois todos os que fazem o mal odeiam a luz e fogem dela, para que ninguém veja as coisas más que eles fazem.21Mas os que vivem de acordo com a verdade procuram a luz, a fim de que possa ser visto claramente que as suas ações são feitas de acordo com a vontade de Deus.

Jesus e João Batista

22Depois disso, Jesus e os seus discípulos foram para a região da Judeia. Ele ficou algum tempo com eles ali e batizava as pessoas. 23João também estava batizando em Enom, perto de Salim, porque lá havia muita água. 24(João ainda não tinha sido preso.)
25Alguns discípulos de João tiveram uma discussão com um judeu sobre a cerimônia de purificação. 26Eles foram dizer a João:
— Mestre, aquele homem que estava com o senhor no outro lado do rio Jordão está batizando as pessoas. O senhor falou sobre ele, lembra? E todos estão indo atrás dele.
27João respondeu:
— Ninguém pode ter alguma coisa se ela não for dada por Deus. 28Vocês são testemunhas de que eu disse: “Eu não sou o Messias, mas fui enviado adiante dele.” 29Num casamento, o noivo é aquele a quem a noiva pertence. O amigo do noivo está ali, e o escuta, e se alegra quando ouve a voz dele. Assim também o que está acontecendo com Jesus me faz ficar completamente alegre. 30Ele tem de ficar cada vez mais importante, e eu, menos importante.

Aquele que vem do céu

31Aquele que vem de cima é o mais importante de todos, e quem vem da terra é da terra e fala das coisas terrenas. Quem vem do céu é o mais importante de todos. 32Ele fala daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita a sua mensagem. 33Quem aceita a sua mensagem dá prova de que o que Deus diz é verdade. 34Aquele que Deus enviou diz as palavras de Deus porque Deus dá do seu Espírito sem medida. 35O Pai ama o Filho e pôs tudo nas mãos dele. 36Por isso quem crê no Filho tem a vida eterna; porém quem desobedece ao Filho nunca terá a vida eterna, mas sofrerá para sempre o castigo de Deus.

João 4

Jesus e a mulher samaritana

1Os fariseus ouviram dizer que Jesus estava ganhando mais discípulos e batizava mais pessoas do que João. 2(De fato, não era Jesus quem batizava, e sim os seus discípulos.) 3Quando Jesus ficou sabendo disso, saiu da Judeia e voltou para a Galileia. 4No caminho, ele tinha de passar pela região da Samaria.
5Ele chegou a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, que ficava perto das terras que Jacó tinha dado ao seu filho José. 6Ali ficava o poço de Jacó. Era mais ou menos meio-dia quando Jesus, cansado da viagem, sentou-se perto do poço.
7Uma mulher samaritana veio tirar água, e Jesus lhe disse:
— Por favor, me dê um pouco de água.
8(Os discípulos de Jesus tinham ido até a cidade comprar comida.)
9A mulher respondeu:
— O senhor é judeu, e eu sou samaritana. Então como é que o senhor me pede água? (Ela disse isso porque os judeus não se dão com os samaritanos.)
10Então Jesus disse:
— Se você soubesse o que Deus pode dar e quem é que está lhe pedindo água, você pediria, e ele lhe daria a água da vida.
11Ela respondeu:
— O senhor não tem balde para tirar água, e o poço é fundo. Como é que vai conseguir essa água da vida? 12Nosso antepassado Jacó nos deu este poço. Ele, os seus filhos e os seus animais beberam água daqui. Será que o senhor é mais importante do que Jacó?
13Então Jesus disse:
— Quem beber desta água terá sede de novo, 14mas a pessoa que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Porque a água que eu lhe der se tornará nela uma fonte de água que dará vida eterna.
15Então a mulher pediu:
— Por favor, me dê dessa água! Assim eu nunca mais terei sede e não precisarei mais vir aqui buscar água.
16 — Vá chamar o seu marido e volte aqui! — ordenou Jesus.
17— Eu não tenho marido! — respondeu a mulher.
Então Jesus disse:
— Você está certa ao dizer que não tem marido, 18pois já teve cinco, e este que você tem agora não é, de fato, seu marido. Sim, você falou a verdade.
19A mulher respondeu:
— Agora eu sei que o senhor é um profeta! 20Os nossos antepassados adoravam a Deus neste monte , mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde devemos adorá-lo.
21Jesus disse:
— Mulher, creia no que eu digo: chegará o tempo em que ninguém vai adorar a Deus nem neste monte nem em Jerusalém.22Vocês, samaritanos, não sabem o que adoram, mas nós sabemos o que adoramos porque a salvação vem dos judeus.23Mas virá o tempo, e, de fato, já chegou, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e em verdade. Pois são esses que o Pai quer que o adorem. 24Deus é Espírito, e por isso os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade.
25A mulher respondeu:
— Eu sei que o Messias, chamado Cristo, tem de vir. E, quando ele vier, vai explicar tudo para nós.
26Então Jesus afirmou:
— Pois eu, que estou falando com você, sou o Messias.
27Naquele momento chegaram os seus discípulos e ficaram admirados, pois ele estava conversando com uma mulher. Mas nenhum deles perguntou à mulher o que ela queria. E também não perguntaram a Jesus por que motivo ele estava falando com ela.
28Em seguida, a mulher deixou ali o seu pote, voltou até a cidade e disse a todas as pessoas:
29— Venham ver o homem que disse tudo o que eu tenho feito. Será que ele é o Messias?
30Muitas pessoas saíram da cidade e foram para o lugar onde Jesus estava.
31Enquanto isso, os discípulos pediam a Jesus:
— Mestre, coma alguma coisa!
32Jesus respondeu:
— Eu tenho para comer uma comida que vocês não conhecem.
33Então os discípulos começaram a perguntar uns aos outros:
— Será que alguém já trouxe comida para ele?
34 — A minha comida — disse Jesus — é fazer a vontade daquele que me enviou e terminar o trabalho que ele me deu para fazer. 35Vocês costumam dizer: “Daqui a quatro meses teremos a colheita.” Mas olhem e vejam bem os campos: o que foi plantado já está maduro e pronto para a colheita. 36Quem colhe recebe o seu salário, e o resultado do seu trabalho é a vida eterna para as pessoas. E assim tanto o que semeia como o que colhe se alegrarão juntos. 37Porque é verdade o que dizem: “Um semeia, e outro colhe.” 38Eu mandei vocês colherem onde não trabalharam; outros trabalharam ali, e vocês aproveitaram o trabalho deles.
39Muitos samaritanos daquela cidade creram em Jesus porque a mulher tinha dito: “Ele me disse tudo o que eu tenho feito.” 40Quando os samaritanos chegaram ao lugar onde Jesus estava, pediram a ele que ficasse com eles, e Jesus ficou ali dois dias.
41E muitos outros creram por causa da mensagem dele. 42Eles diziam à mulher:
— Agora não é mais por causa do que você disse que nós cremos, mas porque nós mesmos o ouvimos falar. E sabemos que ele é, de fato, o Salvador do mundo.
Jesus cura o filho de um funcionário público
43Depois de ficar dois dias ali, Jesus foi para a região da Galileia. 44Pois, como ele mesmo disse: “Um profeta não é respeitado na sua própria terra.” 45Quando chegou à Galileia, os moradores dali o receberam bem. É que eles tinham ido à Festa da Páscoa, em Jerusalém, e tinham visto tudo o que Jesus havia feito lá.
46Jesus voltou a Caná da Galileia, onde havia transformado água em vinho. Estava ali um alto funcionário público que morava em Cafarnaum. Ele tinha em casa um filho doente. 47Quando ouviu dizer que Jesus tinha vindo da Judeia para a Galileia, foi pedir a ele que fosse a Cafarnaum e curasse o seu filho, que estava morrendo. 48Jesus disse ao funcionário:
— Vocês só creem quando veem grandes milagres!
49Ele respondeu:
— Senhor, venha depressa, antes que o meu filho morra!
50 — Volte para casa! O seu filho vai viver! — disse Jesus.
Ele creu nas palavras de Jesus e foi embora. 51No caminho encontrou-se com os seus empregados, que disseram:
— O seu filho está vivo!
52Então ele perguntou a que horas o filho havia começado a melhorar. Os empregados responderam:
— Ontem, à uma da tarde, a febre passou.
53Aí o pai lembrou que havia sido naquela mesma hora que Jesus tinha dito: “O seu filho vai viver.” Então ele e toda a família creram em Jesus.
54Esse foi o segundo milagre que Jesus fez depois de ter ido da Judeia para a Galileia.

João 5

A cura de um paralítico

1Depois disso, houve uma festa dos judeus, e Jesus foi até Jerusalém. 2Ali existe um tanque que tem cinco entradas e que fica perto do Portão das Ovelhas. Em hebraico esse tanque se chama “Betezata”. 3Perto das entradas estavam deitados muitos doentes: cegos, aleijados e paralíticos. [Esperavam o movimento da água, 4porque de vez em quando um anjo do Senhor descia e agitava a água. O primeiro doente que entrava no tanque depois disso sarava de qualquer doença.] 5Entre eles havia um homem que era doente fazia trinta e oito anos. 6Jesus viu o homem deitado e, sabendo que fazia todo esse tempo que ele era doente, perguntou:
— Você quer ficar curado?
7Ele respondeu:
— Senhor, eu não tenho ninguém para me pôr no tanque quando a água se mexe. Cada vez que eu tento entrar, outro doente entra antes de mim.
8Então Jesus disse:
— Levante-se, pegue a sua cama e ande!
9No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou a cama e começou a andar. Isso aconteceu no sábado. 10Por isso os líderes judeus disseram a ele:
— Hoje é sábado, e a nossa Lei não permite que você carregue a sua cama neste dia.
11Ele respondeu:
— O homem que me curou me disse: “Pegue a sua cama e ande.”
12Eles perguntaram:
— Quem é o homem que mandou você fazer isso?
13Mas ele não sabia quem tinha sido, pois Jesus havia ido embora por causa da multidão que estava ali.
14Mais tarde Jesus encontrou o homem no pátio do Templo e disse a ele:
— Escute! Você agora está curado. Não peque mais, para que não aconteça com você uma coisa ainda pior.
15O homem saiu dali e foi dizer aos líderes judeus que quem o havia curado tinha sido Jesus. 16Então eles começaram a perseguir Jesus porque ele havia feito essa cura no sábado.
17Então Jesus disse a eles:
— O meu Pai trabalha até agora, e eu também trabalho.
18E, porque ele disse isso, os líderes judeus ficaram ainda com mais vontade de matá-lo. Pois, além de não obedecer à lei do sábado, ele afirmava que Deus era o seu próprio Pai, fazendo-se assim igual a Deus.
A autoridade do Filho de Deus
19Então Jesus disse a eles:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o Filho não pode fazer nada por sua própria conta, pois ele só faz o que vê o Pai fazer. Tudo o que o Pai faz o Filho faz também, 20pois o Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que está fazendo. E vai mostrar a ele coisas ainda maiores do que essas, e vocês vão ficar admirados.21Porque, assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida aos que ele quer. 22O Pai não julga ninguém, mas deu ao Filho todo o poder para julgar 23a fim de que todos respeitem o Filho, assim como respeitam o Pai. Quem não respeita o Filho também não respeita o Pai, que o enviou.
24 — Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem ouve as minhas palavras e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não será julgado, mas já passou da morte para a vida. 25Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vem a hora, e ela já chegou, em que os mortos vão ouvir a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão. 26Assim como o Pai é a fonte da vida, assim também fez o Filho ser a fonte da vida. 27E ele deu ao Filho autoridade para julgar, pois ele é o Filho do Homem.
28 — Não fiquem admirados por causa disso, pois está chegando a hora em que todos os mortos ouvirão a voz do Filho do Homem 29e sairão das suas sepulturas. Aqueles que fizeram o bem vão ressuscitar e viver, e aqueles que fizeram o mal vão ressuscitar e ser condenados.

Testemunhos a favor de Jesus

30Jesus continuou a falar a eles. Ele disse:
— Eu não posso fazer nada por minha própria conta, mas julgo de acordo com o que o Pai me diz. O meu julgamento é justo porque não procuro fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
31 — Se eu dou testemunho a favor de mim mesmo, então o que digo não tem valor. 32Mas existe outro que testemunha a meu favor, e eu sei que o que ele diz a respeito de mim é verdade. 33Vocês mandaram fazer perguntas a João, e o testemunho que ele deu é verdadeiro. 34Eu não preciso que ninguém dê testemunho a meu favor, mas digo essas coisas para que vocês sejam salvos.
35 — João era como uma lamparina que estava acesa e brilhava, e por algum tempo vocês se alegraram com a luz dele.36Mas eu tenho um testemunho a meu favor ainda mais forte do que o que João deu: são as coisas que eu faço, as quais o meu Pai me mandou fazer. Elas dão testemunho a favor de mim e provam que o Pai me enviou. 37Também o Pai, que me enviou, testemunha a meu favor. Vocês nunca ouviram a voz dele, nem viram o seu rosto. 38As palavras dele não estão no coração de vocês porque vocês não creem naquele que ele enviou. 39Vocês estudam as Escrituras Sagradas porque pensam que vão encontrar nelas a vida eterna. E são elas mesmas que dão testemunho a meu favor. 40Mas vocês não querem vir para mim a fim de ter vida.
41 — Eu não procuro ser elogiado pelas pessoas. 42Quanto a vocês, eu os conheço e sei que não amam a Deus com sinceridade. 43Eu vim com a autoridade do meu Pai, e vocês não me recebem. Quando alguém vem com a sua própria autoridade, esse vocês recebem. 44Como é que vocês podem crer, se aceitam ser elogiados pelos outros e não tentam conseguir os elogios que somente o único Deus pode dar? 45Não pensem que sou eu que vou acusá-los diante do Pai; quem vai acusá-los é Moisés, que é aquele em quem vocês confiam. 46Se vocês acreditassem em Moisés, acreditariam também em mim, pois ele escreveu a meu respeito. 47Mas, se vocês não acreditam no que ele escreveu, como vão acreditar no que eu digo?

João 6

Jesus alimenta uma multidão

Mateus 14.13-21;Marcos 6.30-44;Lucas 9.10-17
1Depois disso, Jesus atravessou o lago da Galileia, que também é chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia porque eles tinham visto os milagres que Jesus tinha feito, curando os doentes. 3Ele subiu um monte e sentou-se ali com os seus discípulos. 4A Páscoa, a festa principal dos judeus, estava perto. 5Jesus olhou em volta de si e viu que uma grande multidão estava chegando perto dele. Então disse a Filipe:
— Onde vamos comprar comida para toda esta gente?
6Ele sabia muito bem o que ia fazer, mas disse isso para ver qual seria a resposta de Filipe.
7Filipe respondeu assim:
— Para cada pessoa poder receber um pouco de pão, nós precisaríamos gastar mais de duzentas moedas de prata .
8Então um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse:
9— Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos. Mas o que é isso para tanta gente?
10Jesus disse:
— Digam a todos que se sentem no chão.
Então todos se sentaram. (Havia muita grama naquele lugar.) Estavam ali quase cinco mil homens. 11Em seguida Jesus pegou os pães, deu graças a Deus e os repartiu com todos; e fez o mesmo com os peixes. E todos comeram à vontade. 12Quando já estavam satisfeitos, ele disse aos discípulos:
— Recolham os pedaços que sobraram a fim de que não se perca nada.
13Eles ajuntaram os pedaços e encheram doze cestos com o que sobrou dos cinco pães.
14Os que viram esse milagre de Jesus disseram:
— De fato, este é o Profeta que devia vir ao mundo!
15Jesus ficou sabendo que queriam levá-lo à força para o fazerem rei; então voltou sozinho para o monte.

Jesus anda em cima da água

Mateus 14.22-33;Marcos 6.45-52
16De tardinha, os discípulos de Jesus desceram até o lago. 17Subiram num barco e começaram a atravessar o lago na direção da cidade de Cafarnaum. Quando já estava escuro, Jesus ainda não tinha vindo se encontrar com eles. 18De repente, um vento forte começou a soprar e a levantar as ondas. 19Os discípulos já tinham remado uns cinco ou seis quilômetros, quando viram Jesus andando em cima da água e chegando perto do barco. E ficaram com muito medo.
20Mas Jesus disse:
— Não tenham medo, sou eu!
21Então eles o receberam com prazer no barco e logo chegaram ao lugar para onde estavam indo.

O povo procura Jesus

22No dia seguinte a multidão que estava no lado leste do lago viu que ali só havia um barco pequeno. Sabiam que Jesus não tinha embarcado com os discípulos, pois estes haviam saído sozinhos. 23Enquanto isso, outros barcos chegaram da cidade de Tiberíades e encostaram perto do lugar onde a multidão tinha comido pão depois de o Senhor Jesus ter dado graças. 24Quando viram que Jesus e os seus discípulos não estavam ali, subiram nos barcos e saíram para Cafarnaum a fim de procurá-lo.

Jesus, o pão da vida

25A multidão encontrou Jesus no lado oeste do lago, e perguntaram a ele:
— Mestre, quando foi que o senhor chegou aqui?
26Jesus respondeu:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres. 27Não trabalhem a fim de conseguir a comida que se estraga, mas a fim de conseguir a comida que dura para a vida eterna. O Filho do Homem dará essa comida a vocês porque Deus, o Pai, deu provas de que ele tem autoridade.
28— O que é que Deus quer que a gente faça? — perguntaram eles.
29 — Ele quer que vocês creiam naquele que ele enviou! — respondeu Jesus.
30Eles disseram:
— Que milagre o senhor vai fazer para a gente ver e crer no senhor? O que é que o senhor pode fazer? 31Os nossos antepassados comeram o maná no deserto, como dizem as Escrituras Sagradas: “Do céu ele deu pão para eles comerem.”
32Jesus disse:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: não foi Moisés quem deu a vocês o pão do céu, pois quem dá o verdadeiro pão do céu é o meu Pai. 33Porque o pão que Deus dá é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.
34— Queremos que o senhor nos dê sempre desse pão! — pediram eles.
35Jesus respondeu:
— Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36Mas eu já disse que vocês não creem em mim, embora estejam me vendo.37Todos aqueles que o Pai me dá virão a mim; e de modo nenhum jogarei fora aqueles que vierem a mim. 38Pois eu desci do céu para fazer a vontade daquele que me enviou e não para fazer a minha própria vontade. 39E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum daqueles que o Pai me deu se perca, mas que eu ressuscite todos no último dia. 40Pois a vontade do meu Pai é que todos os que veem o Filho e creem nele tenham a vida eterna; e no último dia eu os ressuscitarei.
41Eles começaram a criticar Jesus porque ele tinha dito: “Eu sou o pão que desceu do céu.” 42E diziam:
— Este não é Jesus, filho de José? Por acaso nós não conhecemos o pai e a mãe dele? Como é que agora ele diz que desceu do céu?
43Jesus respondeu:
— Parem de resmungar contra mim. 44Só poderão vir a mim aqueles que forem trazidos pelo Pai, que me enviou, e eu os ressuscitarei no último dia. 45Nos Profetas está escrito: “Todos serão ensinados por Deus.” E todos os que ouvem o Pai e aprendem com ele vêm a mim. 46Isso não quer dizer que alguém já tenha visto o Pai, a não ser aquele que vem de Deus; ele já viu o Pai.
47 — Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem crê tem a vida eterna. 48Eu sou o pão da vida. 49Os antepassados de vocês comeram o maná no deserto, mas morreram. 50Aqui está o pão que desce do céu; e quem comer desse pão nunca morrerá.51Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer desse pão, viverá para sempre. E o pão que eu darei para que o mundo tenha vida é a minha carne.
52Aí eles começaram a discutir entre si. E perguntavam:
— Como é que este homem pode dar a sua própria carne para a gente comer?
53Então Jesus disse:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês não comerem a carne do Filho do Homem e não beberem o seu sangue, vocês não terão vida. 54Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55Pois a minha carne é a comida verdadeira, e o meu sangue é a bebida verdadeira. 56Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim, e eu vivo nele. 57O Pai, que tem a vida, foi quem me enviou, e por causa dele eu tenho a vida. Assim, também, quem se alimenta de mim terá vida por minha causa. 58Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que os antepassados de vocês comeram e mesmo assim morreram. Quem come deste pão viverá para sempre.
59Jesus disse isso quando estava ensinando na sinagoga de Cafarnaum.

As palavras de vida eterna

60Muitos seguidores de Jesus ouviram isso e reclamaram:
— O que ele ensina é muito difícil! Quem pode aceitar esses ensinamentos?
61Não disseram nada a Jesus, mas ele sabia que eles estavam resmungando contra ele. Por isso perguntou:
— Vocês querem me abandonar por causa disso? 62E o que aconteceria se vocês vissem o Filho do Homem subir para onde estava antes? 63O Espírito de Deus é quem dá a vida, mas o ser humano não pode fazer isso. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida, 64mas mesmo assim alguns de vocês não creem.
Jesus disse isso porque já sabia desde o começo quem eram os que não iam crer nele e sabia também quem ia traí-lo.
65Jesus continuou:
— Foi por esse motivo que eu disse a vocês que só pode vir a mim a pessoa que for trazida pelo Pai.
66Por causa disso muitos seguidores de Jesus o abandonaram e não o acompanhavam mais. 67Então ele perguntou aos doze discípulos:
— Será que vocês também querem ir embora?
68Simão Pedro respondeu:
— Quem é que nós vamos seguir? O senhor tem as palavras que dão vida eterna! 69E nós cremos e sabemos que o senhor é o Santo que Deus enviou.
70Jesus disse:
— Fui eu que escolhi todos vocês, os doze. No entanto um de vocês é um diabo!
71Ele estava falando de Judas, filho de Simão Iscariotes. Pois Judas, embora fosse um dos doze discípulos, ia trair Jesus.

João 7

Jesus e os seus irmãos

1Depois disso, Jesus começou a andar pela Galileia; ele não queria andar pela Judeia, pois os líderes judeus dali estavam querendo matá-lo. 2Aconteceu que a festa dos judeus chamada Festa das Barracas estava perto. 3Então os irmãos de Jesus disseram a ele:
— Saia daqui e vá para a Judeia a fim de que os seus seguidores vejam o que você está fazendo. 4Pois quem quer ser bem-conhecido não deve esconder o que está fazendo. Já que você faz essas coisas, deixe que todos o conheçam.
5Até os irmãos de Jesus não criam nele.
6Ele respondeu:
— A minha hora ainda não chegou, mas para vocês qualquer hora serve. 7O mundo não pode ter ódio de vocês, mas tem ódio de mim porque eu afirmo que o que o mundo faz é mau. 8Vão vocês à festa, mas eu não vou porque a minha hora ainda não chegou.
9Jesus disse isso e ficou na Galileia.
Jesus na Festa das Barracas
10Depois que os seus irmãos foram à festa, Jesus também foi, mas fez isso em segredo e não publicamente. 11Os líderes judeus o procuravam na festa e perguntavam:
— Onde é que está aquele homem?
12Na multidão havia muita gente comentando sobre ele. Alguns diziam:
— Ele é bom.
— Não é não; ele engana o povo! — afirmavam outros.
13Mas ninguém falava abertamente sobre ele porque todos tinham medo dos líderes judeus.
14Quando a festa já estava no meio, Jesus foi ao Templo e começou a ensinar. 15Os líderes judeus ficaram muito admirados e diziam:
— Como é que ele sabe tanto sem ter estudado?
16Jesus disse:
— O que eu ensino não vem de mim, mas vem de Deus, que me enviou. 17Quem quiser fazer a vontade de Deus saberá se o meu ensino vem de Deus ou se falo em meu próprio nome.18Quem fala em seu próprio nome está procurando ser elogiado. Mas quem quer conseguir louvores para aquele que o enviou, esse é honesto, e não há falsidade nele. 19Foi Moisés quem deu a Lei a vocês, não foi? No entanto nenhum de vocês obedece à Lei. Por que é que vocês estão querendo me matar?
20A multidão respondeu:
— Você está dominado por um demônio! Quem é que está querendo matá-lo?
21Então Jesus disse:
— Eu fiz um milagre, e todos vocês estão admirados por causa disso. 22Vocês circuncidam um menino até no sábado porque Moisés mandou fazer isso. Mas a verdade é que a circuncisão não começou com Moisés, mas com os patriarcas. 23Para não deixarem de cumprir a Lei de Moisés, vocês circuncidam um menino, mesmo no sábado. Então por que ficam com raiva de mim quando eu curo completamente uma pessoa no sábado?24Parem de julgar pelas aparências e julguem com justiça.

É Jesus o Messias?

25Algumas pessoas que moravam em Jerusalém perguntavam:
— Não é este o homem que estão querendo matar? 26Vejam! Ele está falando em público, e ninguém diz nada contra ele! Será que as autoridades sabem mesmo que ele é o Messias? 27No entanto, quando o Messias vier, ninguém saberá de onde ele é; e nós sabemos de onde este homem vem.
28Quando estava ensinando no pátio do Templo, Jesus disse bem alto:
— Será que vocês me conhecem mesmo e sabem de onde eu sou? Eu não vim por minha própria conta. Aquele que me enviou é verdadeiro, porém vocês não o conhecem. 29Mas eu o conheço porque venho dele e fui mandado por ele.
30Então quiseram prender Jesus, mas ninguém fez isso porque a sua hora ainda não tinha chegado. 31Porém muitas pessoas que estavam na multidão creram nele e perguntavam:
— Quando o Messias vier, será que vai fazer milagres maiores do que este homem tem feito?

Guardas mandados para prender Jesus

32Os fariseus ouviram a multidão comentando essas coisas sobre Jesus, e por isso eles e os chefes dos sacerdotes mandaram guardas para o prenderem.
33Jesus disse:
— Eu vou ficar com vocês só mais um pouco e depois irei para aquele que me enviou. 34Vocês vão me procurar e não vão me achar, pois não podem ir para onde eu vou.
35Então os líderes judeus começaram a comentar:
— Para onde será que ele vai que não o poderemos achar? Será que ele vai morar com os judeus que moram no estrangeiro? Será que vai ensinar os não judeus? 36O que será que ele quis dizer quando afirmou: “Vocês vão me procurar e não vão me achar, pois não podem ir para onde eu vou”?

A fonte de água viva

37O último dia da festa era o mais importante. Naquele dia Jesus se pôs de pé e disse bem alto:
— Se alguém tem sede, venha a mim e beba. 38Como dizem as Escrituras Sagradas: “Rios de água viva vão jorrar do coração de quem crê em mim”.
39Jesus estava falando a respeito do Espírito Santo, que aqueles que criam nele iriam receber. Essas pessoas não tinham recebido o Espírito porque Jesus ainda não havia voltado para a presença gloriosa de Deus.

O povo se divide

40Muitas pessoas que ouviram essas palavras afirmavam:
— De fato, este homem é o Profeta!
41Outros diziam:
— Ele é o Messias!
E ainda outras pessoas perguntavam:
— Mas será que o Messias virá da Galileia? 42As Escrituras Sagradas dizem que o Messias será descendente de Davi e vai nascer em Belém, onde Davi morou.
43Então o povo se dividiu por causa dele. 44Alguns queriam prender Jesus, mas ninguém fez isso.

Os líderes judeus não creem

45Os guardas voltaram para o lugar onde estavam os chefes dos sacerdotes e os fariseus, e eles perguntaram:
— Por que vocês não trouxeram aquele homem?
46Eles responderam:
— Nunca ninguém falou como ele!
47Então os fariseus disseram aos guardas:
— Será que vocês também foram enganados? 48Por acaso alguma autoridade ou algum fariseu creu nele? 49Essa gente que não conhece a Lei está amaldiçoada por Deus.
50Mas Nicodemos, que era um deles e que certa ocasião havia falado com Jesus, disse:
51— De acordo com a nossa Lei não podemos condenar um homem sem ouvi-lo primeiro e descobrir o que ele fez.
52— Por acaso você também é da Galileia? — perguntaram eles. — Estude as Escrituras Sagradas e verá que da Galileia nunca surgiu nenhum profeta.

João 8

Jesus perdoa uma mulher apanhada em adultério

1Depois todos foram para casa, mas Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2De madrugada ele voltou ao pátio do Templo, e o povo se reuniu em volta dele. Jesus estava sentado, ensinando a todos. 3Aí alguns mestres da Lei e fariseus levaram a Jesus uma mulher que tinha sido apanhada em adultério e a obrigaram a ficar de pé no meio de todos. 4Eles disseram:
— Mestre, esta mulher foi apanhada no ato de adultério. 5De acordo com a Lei que Moisés nos deu, as mulheres adúlteras devem ser mortas a pedradas. Mas o senhor, o que é que diz sobre isso?
6Eles fizeram essa pergunta para conseguir uma prova contra Jesus, pois queriam acusá-lo. Mas ele se abaixou e começou a escrever no chão com o dedo. 7Como eles continuaram a fazer a mesma pergunta, Jesus endireitou o corpo e disse a eles:
— Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher!
8Depois abaixou-se outra vez e continuou a escrever no chão. 9Quando ouviram isso, todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos. Ficaram só Jesus e a mulher, e ela continuou ali, de pé. 10Então Jesus endireitou o corpo e disse:
— Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para condenar você?
11— Ninguém, senhor! — respondeu ela.
Jesus disse:
— Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais!]
Jesus, a luz do mundo
12De novo Jesus começou a falar com eles e disse:
— Eu sou a luz do mundo; quem me segue nunca andará na escuridão, mas terá a luz da vida.
13Os fariseus disseram a Jesus:
— Agora você está falando a favor de você mesmo. Por isso o que você diz não tem valor.
14Jesus respondeu:
— Embora eu esteja falando a favor de mim mesmo, o que digo tem valor porque é a verdade. Pois eu sei de onde vim e para onde vou, mas vocês não sabem de onde vim, nem para onde vou. 15Vocês julgam de modo puramente humano; mas eu não julgo ninguém. 16E, se eu julgar, o meu julgamento é verdadeiro porque não julgo sozinho, pois o Pai, que me enviou, está comigo.17Na Lei de vocês está escrito que, quando duas testemunhas concordam, o que dizem é verdade. 18Eu dou testemunho a respeito de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, também dá testemunho a meu respeito.
19— Onde está o seu pai? — perguntaram.
Jesus respondeu:
— Vocês não me conhecem e também não conhecem o meu Pai. Se, de fato, me conhecessem, conheceriam também o meu Pai.
20Jesus disse essas coisas quando estava ensinando no pátio do Templo, perto da caixa das ofertas. Ninguém o prendeu porque ainda não tinha chegado a sua hora.
Quem é Jesus?
21Jesus disse outra vez:
— Eu vou embora, e vocês vão me procurar, porém morrerão sem o perdão dos seus pecados. Para onde eu vou vocês não podem ir.
22Os líderes judeus disseram:
— Ele diz que nós não podemos ir para onde ele vai! Será que ele vai se matar?
23Jesus continuou:
— Vocês são daqui debaixo, e eu sou lá de cima. Vocês são deste mundo, mas eu não sou deste mundo. 24Por isso eu disse que vocês vão morrer sem o perdão dos seus pecados. De fato, morrerão sem o perdão dos seus pecados se não crerem que “Eu Sou Quem Sou”.
25— Quem é você? — perguntaram a Jesus.
Ele respondeu:
— Desde o começo eu disse quem sou. 26Existem muitas coisas a respeito de vocês das quais eu preciso falar e as quais eu preciso julgar. Porém quem me enviou é verdadeiro, e eu digo ao mundo somente o que ele me disse.
27Eles não entenderam que ele estava falando a respeito do Pai. 28Por isso Jesus disse:
— Quando vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que “Eu Sou Quem Sou”. E saberão também que não faço nada por minha conta, mas falo somente o que o meu Pai me ensinou.29Quem me enviou está comigo e não me deixou sozinho, pois faço sempre o que lhe agrada.
30Quando Jesus disse isso, muitos creram nele.

Os escravos e os livres

31Então Jesus disse para os que creram nele:
— Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos 32e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.
33Eles responderam:
— Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como é que você diz que ficaremos livres?
34Jesus disse a eles:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem peca é escravo do pecado. 35O escravo não fica sempre com a família, mas o filho sempre faz parte da família. 36Se o Filho os libertar, vocês serão, de fato, livres. 37Eu sei que vocês são descendentes de Abraão; porém estão tentando me matar porque não aceitam os meus ensinamentos. 38Eu falo das coisas que o meu Pai me mostrou, mas vocês fazem o que aprenderam com o pai de vocês.
39— O nosso pai é Abraão! — responderam eles.
Então Jesus disse:
— Se vocês fossem, de fato, filhos de Abraão, fariam o que ele fez. 40Mas eu lhes tenho dito a verdade que ouvi de Deus, e assim mesmo vocês estão tentando me matar. Abraão nunca fez uma coisa assim! 41Vocês estão fazendo o que o pai de vocês fez.
Eles responderam:
— Nós não somos filhos ilegítimos; nós temos um Pai, que é Deus!
42Jesus disse a eles:
— Se Deus fosse, de fato, o Pai de vocês, então vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui. Eu não vim por minha própria conta, mas foi Deus que me enviou. 43Por que é que vocês não entendem o que eu digo? É porque não querem ouvir a minha mensagem. 44Vocês são filhos do Diabo e querem fazer o que o pai de vocês quer. Desde a criação do mundo ele foi assassino e nunca esteve do lado da verdade porque nele não existe verdade. Quando o Diabo mente, está apenas fazendo o que é o seu costume, pois é mentiroso e é o pai de todas as mentiras. 45Mas, porque eu digo a verdade, vocês não creem em mim. 46Qual de vocês pode provar que eu tenho algum pecado? Se digo a verdade, por que não creem em mim? 47A pessoa que é de Deus escuta as palavras de Deus. Vocês não escutam as palavras de Deus porque vocês não são dele.

Jesus e Abraão

48Eles disseram a Jesus:
— Por acaso não temos razão quando dizemos que você é samaritano e está dominado por um demônio?
49Jesus respondeu:
— Eu não estou dominado por nenhum demônio. Respeito o meu Pai, mas vocês me desrespeitam. 50Não procuro conseguir elogios para mim mesmo; mas existe alguém que procura consegui-los para mim, e ele é o Juiz. 51Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem obedecer aos meus ensinamentos não morrerá nunca.
52Então eles disseram:
— Agora temos a certeza de que você está dominado por um demônio! Abraão e todos os profetas morreram, mas você diz: “Quem obedecer aos meus ensinamentos não morrerá nunca.” 53Será que você é mais importante do que Abraão, o nosso pai, que morreu? E os profetas também morreram! Quem você pensa que é?
54Ele respondeu:
— Se eu elogiasse a mim mesmo, os meus elogios não valeriam nada. Quem me elogia é o meu Pai, o mesmo que vocês dizem que é o Deus de vocês. 55Vocês nunca conheceram a Deus, mas eu o conheço. Se eu disser que não o conheço, serei mentiroso como vocês; mas eu o conheço e obedeço ao que ele manda. 56Abraão, o pai de vocês, ficou alegre ao ver o tempo da minha vinda. Ele viu esse tempo e ficou feliz.
57— Você não tem nem cinquenta anos e viu Abraão? — perguntaram eles.
58 — Eu afirmo a vocês que isto é verdade: antes de Abraão nascer, “Eu Sou”! — respondeu Jesus.
59Então eles pegaram pedras para atirar em Jesus, mas ele se escondeu e saiu do pátio do Templo.

João 9

Jesus e um cego

1Jesus ia caminhando quando viu um homem que tinha nascido cego. 2Os seus discípulos perguntaram:
— Mestre, por que este homem nasceu cego? Foi por causa dos pecados dele ou por causa dos pecados dos pais dele?
3Jesus respondeu:
— Ele é cego, sim, mas não por causa dos pecados dele nem por causa dos pecados dos pais dele. É cego para que o poder de Deus se mostre nele. 4Precisamos trabalhar enquanto é dia, para fazer as obras daquele que me enviou. Pois está chegando a noite, quando ninguém pode trabalhar. 5Enquanto estou no mundo, eu sou a luz do mundo.
6Depois de dizer isso, Jesus cuspiu no chão, fez um pouco de lama com a saliva, passou a lama nos olhos do cego 7e disse:
— Vá lavar o rosto no tanque de Siloé. (Este nome quer dizer “Aquele que Foi Enviado”.)
O cego foi, lavou o rosto e voltou vendo. 8 Os seus vizinhos e as pessoas que costumavam vê-lo pedindo esmola perguntavam:
— Não é este o homem que ficava sentado pedindo esmola?
9— É! — diziam alguns.
— Não, não é. Mas é parecido com ele! — afirmavam outros.
Porém ele dizia:
— Sou eu mesmo.
10— Como é que agora você pode ver? — perguntaram.
11Ele respondeu:
— O homem chamado Jesus fez um pouco de lama, passou a lama nos meus olhos e disse: “Vá ao tanque de Siloé e lave o rosto.” Então eu fui, lavei o rosto e fiquei vendo.
12— Onde está esse homem? — perguntaram.
— Não sei! — respondeu ele.

Os fariseus fazem perguntas

13Então levaram aos fariseus o homem que havia sido cego. 14O dia em que Jesus havia feito lama e curado o homem da cegueira era um sábado. 15Aí os fariseus também perguntaram como ele tinha sido curado.
— Ele pôs lama nos meus olhos, eu lavei o rosto e agora estou vendo — respondeu o homem.
16Alguns fariseus disseram:
— O homem que fez isso não é de Deus porque não respeita a lei do sábado.
E outros perguntaram:
— Como pode um pecador fazer milagres tão grandes?
E por causa disso houve divisão entre eles. 17Então os fariseus tornaram a perguntar ao homem:
— Você diz que ele curou você da cegueira. E o que é que você diz dele?
— Ele é um profeta! — respondeu o homem.
18 Os líderes judeus não acreditavam que ele tinha sido cego e que agora podia ver. Por isso chamaram os pais dele 19e perguntaram:
— Esse homem é filho de vocês? Vocês dizem que ele nasceu cego. E como é que agora ele está vendo?
20Os pais responderam:
— Sabemos que ele é nosso filho e que nasceu cego. 21Mas não sabemos como é que ele agora pode ver e não sabemos também quem foi que o curou. Ele é maior de idade; perguntem, e ele mesmo poderá explicar.
22Os pais disseram isso porque estavam com medo, pois os líderes judeus tinham combinado expulsar da sinagoga quem afirmasse que Jesus era o Messias. 23Foi por isso que os pais disseram: “Ele é maior de idade; perguntem a ele.”
24Então os líderes judeus chamaram pela segunda vez o homem que tinha sido cego e disseram:
— Jure por Deus que você vai dizer a verdade. Nós sabemos que esse homem é pecador.
25Ele respondeu:
— Se ele é pecador, eu não sei. De uma coisa eu sei: eu era cego e agora vejo!
26— O que foi que ele fez a você? Como curou você da cegueira? — tornaram a perguntar.
27O homem respondeu:
— Eu já disse, e vocês não acreditaram. Por que querem ouvir isso outra vez? Por acaso vocês também querem ser seguidores dele?
28Então eles o xingaram e disseram:
— Você é que é seguidor dele! Nós somos seguidores de Moisés. 29Sabemos que Deus falou com Moisés; mas este homem, nós nem mesmo sabemos de onde ele é.
30Ele respondeu:
— Que coisa esquisita! Vocês não sabem de onde ele é, mas ele me curou. 31Sabemos que Deus não atende pecadores, mas ele atende os que o respeitam e fazem a sua vontade. 32Desde que o mundo existe, nunca se ouviu dizer que alguém tivesse curado um cego de nascença. 33Se esse homem não fosse enviado por Deus, não teria podido fazer nada.
34Eles disseram:
— Você nasceu cheio de pecado e é você que quer nos ensinar?
E o expulsaram da sinagoga.

A cegueira espiritual

35Jesus ficou sabendo que tinham expulsado o homem da sinagoga. Foi procurá-lo e, quando o encontrou, perguntou:
— Você crê no Filho do Homem?
36Ele respondeu:
— Senhor, quem é o Filho do Homem para que eu creia nele?
37Jesus disse:
— Você já o viu! É ele que está falando com você!
38— Eu creio, Senhor! — disse o homem. E se ajoelhou diante dele.
39Então Jesus afirmou:
— Eu vim a este mundo para julgar as pessoas, a fim de que os cegos vejam e que fiquem cegos os que veem.
40Alguns fariseus que estavam com ele ouviram isso e perguntaram:
— Será que isso quer dizer que nós também somos cegos?
41 — Se vocês fossem cegos, não teriam culpa! — respondeu Jesus. — Mas, como dizem que podem ver, então continuam tendo culpa.

João 10

Jesus, o pastor verdadeiro

1Jesus disse:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem não entra no curral das ovelhas pela porta, mas pula o muro é um ladrão e bandido. 2Mas quem entra pela porta é o pastor do rebanho. 3O porteiro abre a porta para ele. As ovelhas reconhecem a sua voz quando ele as chama pelo nome, e ele as leva para fora do curral.4Quando todas estão do lado de fora, ele vai na frente delas, e elas o seguem porque conhecem a voz dele. 5Mas de jeito nenhum seguirão um estranho! Pelo contrário, elas fugirão, pois não conhecem a voz de estranhos.
6Jesus fez esta comparação, mas ninguém entendeu o que ele queria dizer.

Jesus, a porta

7Então Jesus continuou:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eu sou a porta por onde as ovelhas passam. 8Todos os que vieram antes de mim são ladrões e bandidos, mas as ovelhas não deram atenção à voz deles. 9Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo; poderá entrar e sair e achará comida. 10O ladrão só vem para roubar, matar e destruir; mas eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa.

Jesus, o bom pastor

11 — Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas. 12Um empregado trabalha somente por dinheiro; ele não é pastor, e as ovelhas não são dele. Por isso, quando vê um lobo chegando, ele abandona as ovelhas e foge. Então o lobo ataca e espalha as ovelhas. 13O empregado foge porque trabalha somente por dinheiro e não se importa com as ovelhas. 14-15Eu sou o bom pastor. Assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai, assim também conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem. E estou pronto para morrer por elas. 16Tenho outras ovelhas que não estão neste curral. Eu preciso trazer essas também, e elas ouvirão a minha voz. Então elas se tornarão um só rebanho com um só pastor.
17 — O Pai me ama porque eu dou a minha vida para recebê-la outra vez. 18Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Tenho o direito de dá-la e de tornar a recebê-la, pois foi isso o que o meu Pai me mandou fazer.
19Quando ouviu isso, o povo se dividiu outra vez. Muitos diziam:
20— Ele está dominado por um demônio! Está louco! Por que é que vocês escutam o que ele diz?
21Outros afirmavam:
— Quem está dominado por um demônio não fala assim! Será que um demônio pode dar vista aos cegos?

O povo rejeita Jesus

22Era inverno, e em Jerusalém estavam comemorando a Festa da Dedicação. 23Jesus estava andando pelo pátio do Templo, perto da entrada chamada “Alpendre de Salomão”. 24Então o povo se ajuntou em volta dele e perguntou:
— Até quando você vai nos deixar na dúvida? Diga com franqueza: você é ou não é o Messias?
25Jesus respondeu:
— Eu já disse, mas vocês não acreditaram. As obras que eu faço pelo poder do nome do meu Pai falam a favor de mim,26mas vocês não creem porque não são minhas ovelhas. 27As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. 28Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão. 29O poder que o Pai me deu é maior do que tudo, e ninguém pode arrancá-las da mão dele. 30Eu e o Pai somos um.
31Então eles tornaram a pegar pedras para matar Jesus. 32E ele disse:
— Eu fiz diante de vocês muitas coisas boas que o Pai me mandou fazer. Por causa de qual delas vocês querem me matar?
33Eles responderam:
— Não é por causa de nenhuma coisa boa que queremos matá-lo, mas porque, ao dizer isso, você está blasfemando contra Deus. Pois você, que é apenas um ser humano, está se fazendo de Deus.
34Então Jesus afirmou:
— Na Lei de vocês está escrito que Deus disse: “Vocês são deuses.” 35Sabemos que as Escrituras Sagradas sempre dizem a verdade, e sabemos que, de fato, Deus chamou de deuses aqueles que receberam a sua mensagem. 36Quanto a mim, o Pai me escolheu e me enviou ao mundo. Então por que vocês dizem que blasfemo contra Deus quando afirmo que sou Filho dele?37Se não faço o que o meu Pai manda, não creiam em mim.38Mas, se eu faço, e vocês não creem em mim, então creiam pelo menos nas coisas que faço. E isso para que vocês fiquem sabendo de uma vez por todas que o Pai vive em mim e que eu vivo no Pai.
39A essa altura tentaram novamente prendê-lo, mas Jesus escapou das mãos deles.
40Ele voltou de novo para o lado leste do rio Jordão, foi para o lugar onde João Batista tinha batizado antes e ficou lá. 41E muita gente ia vê-lo, dizendo:
— João não fez nenhum milagre, mas tudo o que ele disse sobre Jesus é verdade.
42E naquele lugar muita gente creu em Jesus.

João 11

A morte de Lázaro

1Um homem chamado Lázaro estava doente. Ele era do povoado de Betânia, onde Maria e a sua irmã Marta moravam. 2(Esta Maria era a mesma que pôs perfume nos pés do Senhor Jesus e os enxugou com os seus cabelos. Era o irmão dela, Lázaro, que estava doente.) 3As duas irmãs mandaram dizer a Jesus:
— Senhor, o seu querido amigo Lázaro está doente!
4Quando Jesus recebeu a notícia, disse:
— O resultado final dessa doença não será a morte de Lázaro. Isso está acontecendo para que Deus revele o seu poder glorioso; e assim, por causa dessa doença, a natureza divina do Filho de Deus será revelada.
5Jesus amava muito Marta, e a sua irmã, e também Lázaro. 6Porém quando soube que Lázaro estava doente, ainda ficou dois dias onde estava. 7Então disse aos seus discípulos:
— Vamos voltar para a Judeia.
8Mas eles disseram:
— Mestre, faz tão pouco tempo que o povo de lá queria matá-lo a pedradas, e o senhor quer voltar?
9Jesus respondeu:
— Por acaso o dia não tem doze horas? Se alguém anda de dia não tropeça porque vê a luz deste mundo. 10Mas, se anda de noite, tropeça porque nele não existe luz.
11Jesus disse isso e depois continuou:
— O nosso amigo Lázaro está dormindo, mas eu vou lá acordá-lo.
12— Senhor, se ele está dormindo, isso quer dizer que vai ficar bom! — disseram eles.
13Mas o que Jesus queria dizer era que Lázaro estava morto. Porém eles pensavam que ele estivesse falando do sono natural. 14Então Jesus disse claramente:
— Lázaro morreu, 15mas eu estou alegre por não ter estado lá com ele, pois assim vocês vão crer. Vamos até a casa dele.
16Então Tomé, chamado “o Gêmeo”, disse aos outros discípulos:
— Vamos nós também a fim de morrer com o Mestre!

Jesus é a ressurreição e a vida

17Quando Jesus chegou, já fazia quatro dias que Lázaro havia sido sepultado. 18Betânia ficava a menos de três quilômetros de Jerusalém, 19e muitas pessoas tinham vindo visitar Marta e Maria para as consolarem por causa da morte do irmão. 20Quando Marta soube que Jesus estava chegando, foi encontrar-se com ele. Porém Maria ficou sentada em casa. 21Então Marta disse a Jesus:
— Se o senhor estivesse aqui, o meu irmão não teria morrido! 22Mas eu sei que, mesmo assim, Deus lhe dará tudo o que o senhor pedir a ele.
23 — O seu irmão vai ressuscitar! — disse Jesus.
24Marta respondeu:
— Eu sei que ele vai ressuscitar no último dia!
25Então Jesus afirmou:
— Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; 26e quem vive e crê em mim nunca morrerá. Você acredita nisso?
27— Sim, senhor! — disse ela. — Eu creio que o senhor é o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo.

Jesus chora

28Depois de dizer isso, Marta foi, chamou Maria, a sua irmã, e lhe disse em particular:
— O Mestre chegou e está chamando você.
29Quando Maria ouviu isso, levantou-se depressa e foi encontrar-se com Jesus. 30Pois ele não tinha chegado ao povoado, mas ainda estava no lugar onde Marta o havia encontrado. 31As pessoas que estavam na casa com Maria, consolando-a, viram que ela se levantou e saiu depressa. Então foram atrás dela, pois pensavam que ela ia ao túmulo para chorar ali.
32Maria chegou ao lugar onde Jesus estava e logo que o viu caiu aos pés dele e disse:
— Se o senhor tivesse estado aqui, o meu irmão não teria morrido!
33Jesus viu Maria chorando e viu as pessoas que estavam com ela chorando também. Então ficou muito comovido e aflito 34e perguntou:
— Onde foi que vocês o sepultaram?
— Venha ver, senhor! — responderam.
35Jesus chorou.
36Então as pessoas disseram:
— Vejam como ele amava Lázaro!
37Mas algumas delas disseram:
— Ele curou o cego. Será que não poderia ter feito alguma coisa para que Lázaro não morresse?

A ressurreição de Lázaro

38Jesus ficou outra vez muito comovido. Ele foi até o túmulo, que era uma gruta com uma pedra colocada na entrada, 39e ordenou:
— Tirem a pedra!
Marta, a irmã do morto, disse:
— Senhor, ele está cheirando mal, pois já faz quatro dias que foi sepultado!
40Jesus respondeu:
— Eu não lhe disse que, se você crer, você verá a revelação do poder glorioso de Deus?
41Então tiraram a pedra. Jesus olhou para o céu e disse:
— Pai, eu te agradeço porque me ouviste. 42Eu sei que sempre me ouves; mas eu estou dizendo isso por causa de toda esta gente que está aqui, para que eles creiam que tu me enviaste.
43Depois de dizer isso, gritou:
— Lázaro, venha para fora!
44E o morto saiu. Os seus pés e as suas mãos estavam enfaixados com tiras de pano, e o seu rosto estava enrolado com um pano. Então Jesus disse:
— Desenrolem as faixas e deixem que ele vá.

O plano para matar Jesus

Mateus 26.1-5;Marcos 14.1-2;Lucas 22.1-2
45Muitas pessoas que tinham ido visitar Maria viram o que Jesus tinha feito e creram nele. 46Mas algumas pessoas voltaram e contaram aos fariseus o que ele havia feito. 47Então os fariseus e os chefes dos sacerdotes se reuniram com o Conselho Superior e disseram:
— O que é que nós vamos fazer? Esse homem está fazendo muitos milagres! 48Se deixarmos que ele continue fazendo essas coisas, todos vão crer nele. Aí as autoridades romanas agirão contra nós e destruirão o Templo e o nosso país.
49Então Caifás, que naquele ano era o Grande Sacerdote, disse:
— Vocês não sabem nada! 50Será que não entendem que para vocês é melhor que morra apenas um homem pelo povo do que deixar que o país todo seja destruído?
51Naquele momento Caifás não estava falando por si mesmo. Mas, como ele era o Grande Sacerdote naquele ano, estava profetizando que Jesus ia morrer pela nação. 52E não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo todos os filhos de Deus que estão espalhados por toda parte.
53Então, daquele dia em diante, os líderes judeus fizeram planos para matar Jesus. 54Por isso ele já não andava publicamente na Judeia, mas foi para uma região perto do deserto, a uma cidade chamada Efraim, e ficou ali com os seus discípulos.
55Faltava pouco tempo para a Festa da Páscoa. Muitos judeus foram a Jerusalém antes da festa para tomar parte na cerimônia de purificação. 56Eles procuravam Jesus e, no pátio do Templo, perguntavam uns aos outros:
— O que é que vocês acham? Será que ele vem à festa?
57Os chefes dos sacerdotes e os fariseus queriam prender Jesus. Por isso tinham dado ordem para que, se alguém soubesse, contasse onde ele estava.

João 12

Jesus em Betânia

Mateus 26.6-13;Marcos 14.3-9
1Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi ao povoado de Betânia, onde morava Lázaro, a quem ele tinha ressuscitado. 2Prepararam ali um jantar para Jesus. Marta ajudava a servir, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. 3Então Maria pegou um frasco cheio de um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela derramou o perfume nos pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e toda a casa ficou perfumada. 4Mas Judas Iscariotes, o discípulo que ia trair Jesus, disse:
5— Este perfume vale mais de trezentas moedas de prata . Por que não foi vendido, e o dinheiro, dado aos pobres?
6Judas disse isso, não porque tivesse pena dos pobres, mas porque era ladrão. Ele tomava conta da bolsa de dinheiro e costumava tirar do que punham nela.
7Então Jesus respondeu:
— Deixe Maria em paz! Que ela guarde isso para o dia do meu sepultamento. 8 Os pobres estarão sempre com vocês, mas eu não estarei sempre com vocês.

O plano para matar Lázaro

9Muitas pessoas ficaram sabendo que Jesus estava em Betânia. Então foram até lá não só por causa dele, mas também para ver Lázaro, o homem que Jesus tinha ressuscitado. 10Então os chefes dos sacerdotes resolveram matar Lázaro também; 11pois, por causa dele, muitos judeus estavam abandonando os seus líderes e crendo em Jesus.

Jesus entra em Jerusalém

Mateus 21.1-11;Marcos 11.1-11;Lucas 19.28-40
12No dia seguinte, a grande multidão que tinha ido à Festa da Páscoa ouviu dizer que Jesus estava chegando a Jerusalém. 13Então eles pegaram ramos de palmeiras e saíram para se encontrar com ele, gritando:
— Hosana a Deus!
Que Deus abençoe aquele que vem
em nome do Senhor!
Que Deus abençoe o Rei de Israel!
14Jesus procurou um jumentinho e o montou, como dizem as Escrituras Sagradas:
15“Povo de Jerusalém, não tenha medo!
Veja! Aí vem o seu Rei,
montado num jumentinho!”
16Naquela ocasião os discípulos não entenderam isso. Mas, depois de Jesus ter voltado para a presença gloriosa de Deus, eles lembraram que isso estava escrito a respeito dele e também que era isso o que tinha acontecido.
17A multidão que estava com Jesus quando ele havia chamado Lázaro para fora do túmulo e o tinha ressuscitado espalhou a notícia do que tinha acontecido. 18E o povo foi encontrar-se com Jesus, pois ficou sabendo que ele tinha feito esse milagre. 19Então os fariseus disseram uns aos outros:
— Não estamos conseguindo nada! Vejam! Todos estão indo com ele!
Alguns não judeus vão ver Jesus
20Entre o povo que tinha ido a Jerusalém para tomar parte na festa, estavam alguns não judeus. 21Eles foram falar com Filipe, que era da cidade de Betsaida, na Galileia, e pediram:
— Senhor, queremos ver Jesus.
22Filipe foi dizer isso a André, e os dois foram falar com Jesus. 23Então ele respondeu:
— Chegou a hora de ser revelada a natureza divina do Filho do Homem. 24Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se um grão de trigo não for jogado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão. Mas, se morrer, dará muito trigo. 25Quem ama a sua vida não terá a vida verdadeira; mas quem não se apega à sua vida, neste mundo, ganhará para sempre a vida verdadeira.26Quem quiser me servir siga-me; e, onde eu estiver, ali também estará esse meu servo. E o meu Pai honrará todos os que me servem.

Jesus anuncia a sua morte

27Jesus continuou:
— Agora estou sentindo uma grande aflição. O que é que vou dizer? Será que vou dizer: Pai, livra-me desta hora de sofrimento? Não! Pois foi para passar por esta hora que eu vim. 28Pai, revela a tua presença gloriosa!
Então do céu veio uma voz, que dizia:
— Eu já a revelei e a revelarei de novo.
29A multidão que estava ali ouviu a voz e dizia que era um trovão. Outros afirmavam que um anjo tinha falado com Jesus. 30Mas ele disse:
— Não foi por minha causa que veio esta voz, mas por causa de vocês. 31Chegou a hora de este mundo ser julgado, e aquele que manda nele será expulso. 32E, quando eu for levantado da terra, atrairei todas as pessoas para mim.
33Ele dizia isso para indicar de que maneira ia morrer.
34A multidão perguntou:
— A nossa Lei diz que o Messias vai viver para sempre. Como é que o senhor diz que o Filho do Homem precisa ser levantado da terra? Quem é esse Filho do Homem?
35Jesus respondeu:
— A luz estará com vocês ainda um pouco mais. Vivam a sua vida enquanto vocês têm esta luz, para que a escuridão não caia de repente sobre vocês. Quem anda na escuridão não sabe para onde vai. 36Enquanto vocês têm a luz, creiam na luz para que possam viver na luz.

O povo não crê

Depois que Jesus disse isso, foi embora e se escondeu do povo. 37Eles tinham visto Jesus fazer todos esses milagres, mas não criam nele, 38para que se cumprisse o que disse o profeta Isaías:
“Senhor, quem creu na nossa mensagem?
E quem viu que era o Senhor
que estava agindo?”
39Não podiam crer porque, como disse Isaías:
40“Deus cegou os olhos deles
e fechou a mente deles,
para que não vejam, e não entendam,
e não se voltem para ele,
e sejam curados por ele.”
41Isaías disse isso porque viu a revelação da natureza divina de Jesus e falou a respeito dele.
42No entanto, muitos líderes judeus creram em Jesus, mas não falavam publicamente a favor dele para que os fariseus não os expulsassem da sinagoga. 43Eles gostavam mais de ser elogiados pelas pessoas do que de ser elogiados por Deus.

As palavras de Jesus julgam

44Jesus disse bem alto:
— Quem crê em mim crê não somente em mim, mas também naquele que me enviou. 45Quem me vê vê também aquele que me enviou. 46Eu vim ao mundo como luz para que quem crê em mim não fique na escuridão. 47Se alguém ouvir a minha mensagem e não a praticar, eu não o julgo. Pois eu vim para salvar o mundo e não para julgá-lo. 48Quem me rejeita e não aceita a minha mensagem já tem quem vai julgá-lo. As palavras que eu tenho dito serão o juiz dessa pessoa no último dia.
49 — Eu não tenho falado em meu próprio nome, mas o Pai, que me enviou, é quem me ordena o que devo dizer e anunciar.50E eu sei que o seu mandamento dá a vida eterna. O que eu digo é justamente aquilo que o Pai me mandou dizer.

João 13

Jesus lava os pés dos discípulos

1Faltava somente um dia para a Festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a hora de deixar este mundo e ir para o Pai. Ele sempre havia amado os seus que estavam neste mundo e os amou até o fim.
2Jesus e os seus discípulos estavam jantando. O Diabo já havia posto na cabeça de Judas, filho de Simão Iscariotes, a ideia de trair Jesus. 3Jesus sabia que o Pai lhe tinha dado todo o poder. E sabia também que tinha vindo de Deus e ia para Deus. 4Então se levantou, tirou a sua capa, pegou uma toalha e amarrou na cintura. 5Em seguida pôs água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha. 6Quando chegou perto de Simão Pedro, este lhe perguntou:
— Vai lavar os meus pés, Senhor?
7Jesus respondeu:
— Agora você não entende o que estou fazendo, porém mais tarde vai entender!
8— O senhor nunca lavará os meus pés! — disse Pedro.
— Se eu não lavar, você não será mais meu discípulo! — respondeu Jesus.
9— Então, Senhor, não lave somente os meus pés; lave também as minhas mãos e a minha cabeça! — pediu Simão Pedro.
10Aí Jesus disse:
— Quem já tomou banho está completamente limpo e precisa lavar somente os pés. Vocês todos estão limpos, isto é, todos menos um.
11Jesus sabia quem era o traidor. Foi por isso que disse: “Todos menos um.”
12Depois de lavar os pés dos seus discípulos, Jesus vestiu de novo a capa, sentou-se outra vez à mesa e perguntou:
— Vocês entenderam o que eu fiz? 13Vocês me chamam de “Mestre” e de “Senhor” e têm razão, pois eu sou mesmo. 14Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés de vocês, então vocês devem lavar os pés uns dos outros. 15Pois eu dei o exemplo para que vocês façam o que eu fiz. 16Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o empregado não é mais importante do que o patrão, e o mensageiro não é mais importante do que aquele que o enviou.17Já que vocês conhecem esta verdade, serão felizes se a praticarem.
18 — Não estou falando de vocês todos; eu conheço aqueles que escolhi. Pois tem de se cumprir o que as Escrituras Sagradas dizem: “Aquele que toma refeições comigo se virou contra mim”.19Digo isso a vocês agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês creiam que “Eu Sou Quem Sou”. 20Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem receber aquele que eu enviar estará também me recebendo; e quem me recebe recebe aquele que me enviou.

Jesus aponta o traidor

Mateus 26.17-25;Marcos 14.12-21;Lucas 22.7-13,21-23
21Depois de dizer isso, Jesus ficou muito aflito e declarou abertamente aos discípulos:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: um de vocês vai me trair.
22Então eles olharam uns para os outros, sem saber de quem ele estava falando. 23Ao lado de Jesus estava sentado um deles, a quem Jesus amava. 24Simão Pedro fez um sinal para ele e disse:
— Pergunte de quem o Mestre está falando.
25Então aquele discípulo chegou mais perto de Jesus e perguntou:
— Senhor, quem é ele?
26 — É aquele a quem vou dar um pedaço de pão passado no molho! — respondeu Jesus.
Em seguida pegou um pedaço de pão, passou no molho e deu a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27E assim que Judas recebeu o pão, Satanás entrou nele. Então Jesus disse a Judas:
— O que você vai fazer faça logo!
28Nenhum dos que estavam à mesa entendeu por que Jesus disse isso. 29Como era Judas que tomava conta da bolsa do dinheiro, alguns pensaram que Jesus tinha mandado que ele comprasse alguma coisa para a festa ou desse alguma ajuda aos pobres.
30Judas recebeu o pão e saiu logo. E era noite.

O novo mandamento

31Quando Judas saiu, Jesus disse:
— Agora a natureza divina do Filho do Homem é revelada, e por meio dele é revelada também a natureza gloriosa de Deus.32E, se por meio dele a natureza gloriosa de Deus for revelada, então Deus revelará em si mesmo a natureza divina do Filho do Homem. E Deus fará isso agora mesmo. 33Meus filhos, não vou ficar com vocês por muito tempo. Vocês vão me procurar, mas eu digo agora o que já disse aos líderes judeus: vocês não podem ir para onde eu vou. 34Eu lhes dou este novo mandamento: amem uns aos outros. Assim como eu os amei, amem também uns aos outros. 35Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos.

Pedro é avisado

Mateus 26.31-35;Marcos 14.27-31;Lucas 22.31-34
36Simão Pedro perguntou a Jesus:
— Senhor, para onde é que o senhor vai?
Jesus respondeu:
— Você não pode ir agora para onde eu vou. Um dia você poderá me seguir!
37Pedro tornou a perguntar:
— Senhor, por que eu não posso segui-lo agora? Eu estou pronto para morrer pelo senhor!
38 — Está mesmo? — perguntou Jesus. — Pois eu afirmo a você que isto é verdade: antes que o galo cante, você dirá três vezes que não me conhece.

João 14

Jesus, o caminho para o Pai

1Jesus disse:
— Não fiquem aflitos. Creiam em Deus e creiam também em mim. 2Na casa do meu Pai há muitos quartos, e eu vou preparar um lugar para vocês. Se não fosse assim, eu já lhes teria dito. 3E, depois que eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e os levarei comigo para que onde eu estiver vocês estejam também.4E vocês conhecem o caminho para o lugar aonde eu vou.
5Então Tomé perguntou:
— Senhor, nós não sabemos aonde é que o senhor vai. Como podemos saber o caminho?
6Jesus respondeu:
— Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim. 7Agora que vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. E desde agora vocês o conhecem e o têm visto.
8Filipe disse a Jesus:
— Senhor, mostre-nos o Pai, e assim não precisaremos de mais nada.
9Jesus respondeu:
— Faz tanto tempo que estou com vocês, Filipe, e você ainda não me conhece? Quem me vê vê também o Pai. Por que é que você diz: “Mostre-nos o Pai”? 10Será que você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?
Então Jesus disse aos discípulos:
— O que eu digo a vocês não digo em meu próprio nome; o Pai, que está em mim, é quem faz o seu trabalho. 11Creiam no que lhes digo: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Se vocês não creem por causa das minhas palavras, creiam pelo menos por causa das coisas que eu faço. 12Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem crê em mim fará as coisas que eu faço e até maiores do que estas, pois eu vou para o meu Pai. 13E tudo o que vocês pedirem em meu nome eu farei, a fim de que o Filho revele a natureza gloriosa do Pai. 14Eu farei qualquer coisa que vocês me pedirem em meu nome.

Jesus promete o Espírito Santo

15Jesus continuou:
— Se vocês me amam, obedeçam aos meus mandamentos.16Eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Auxiliador, o Espírito da verdade, para ficar com vocês para sempre. 17O mundo não pode receber esse Espírito porque não o pode ver, nem conhecer. Mas vocês o conhecem porque ele está com vocês e viverá em vocês.
18 — Não vou deixá-los abandonados, mas voltarei para ficar com vocês. 19Daqui a pouco o mundo não me verá mais, mas vocês me verão. E, porque eu vivo, vocês também viverão.20Quando chegar aquele dia, vocês ficarão sabendo que eu estou no meu Pai e que vocês estão em mim, assim como eu estou em vocês.
21 — A pessoa que aceita e obedece aos meus mandamentos prova que me ama. E a pessoa que me ama será amada pelo meu Pai, e eu também a amarei e lhe mostrarei quem sou.
22Então Judas, não o Judas Iscariotes, perguntou:
— Senhor, como será possível que o senhor mostre somente a nós e não ao mundo quem o senhor é?
23Jesus respondeu:
— A pessoa que me ama obedecerá à minha mensagem, e o meu Pai a amará. E o meu Pai e eu viremos viver com ela. 24A pessoa que não me ama não obedece à minha mensagem. E a mensagem que vocês estão escutando não é minha, mas do Pai, que me enviou.
25 — Tenho dito isso enquanto estou com vocês. 26Mas o Auxiliador, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ensinará a vocês todas as coisas e fará com que lembrem de tudo o que eu disse a vocês.
27 — Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo. 28Vocês ouviram o que eu disse: “Eu vou, mas voltarei para ficar com vocês.” Se vocês me amassem, ficariam alegres, sabendo que vou para o Pai, pois o Pai é mais poderoso do que eu. 29Digo isso agora, antes que essas coisas aconteçam, para que, quando acontecerem, vocês creiam. 30Não posso continuar a falar com vocês por muito tempo, pois está chegando aquele que manda neste mundo. Ele não tem poder sobre mim;31mas o mundo precisa saber que eu amo o Pai e que, por isso, faço tudo o que ele manda.
— Levantem-se, vamos sair daqui!

João 15

Jesus, a videira

1Jesus disse:
— Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o lavrador.2Todos os ramos que não dão uvas ele corta, embora eles estejam em mim. Mas os ramos que dão uvas ele poda a fim de que fiquem limpos e deem mais uvas ainda. 3Vocês já estão limpos por meio dos ensinamentos que eu lhes tenho dado.4Continuem unidos comigo, e eu continuarei unido com vocês. Pois, assim como o ramo só dá uvas quando está unido com a planta, assim também vocês só podem dar fruto se ficarem unidos comigo.
5 — Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Quem está unido comigo e eu com ele, esse dá muito fruto porque sem mim vocês não podem fazer nada. 6Quem não ficar unido comigo será jogado fora e secará; será como os ramos secos que são juntados e jogados no fogo, onde são queimados. 7Se vocês ficarem unidos comigo, e as minhas palavras continuarem em vocês, vocês receberão tudo o que pedirem. 8E a natureza gloriosa do meu Pai se revela quando vocês produzem muitos frutos e assim mostram que são meus discípulos. 9Assim como o meu Pai me ama, eu amo vocês; portanto, continuem unidos comigo por meio do meu amor por vocês. 10Se obedecerem aos meus mandamentos, eu continuarei amando vocês, assim como eu obedeço aos mandamentos do meu Pai e ele continua a me amar.
11 — Eu estou dizendo isso para que a minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa. 12O meu mandamento é este: amem uns aos outros como eu amo vocês. 13Ninguém tem mais amor pelos seus amigos do que aquele que dá a sua vida por eles. 14Vocês são meus amigos se fazem o que eu mando. 15Eu não chamo mais vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que o seu patrão faz; mas chamo vocês de amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi do meu Pai.16Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi para que vão e deem fruto e que esse fruto não se perca. Isso a fim de que o Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome. 17O que eu mando a vocês é isto: amem uns aos outros.

Os seguidores de Jesus serão perseguidos

18Jesus continuou:
— Se o mundo odeia vocês, lembrem que ele me odiou primeiro. 19Se vocês fossem do mundo, o mundo os amaria por vocês serem dele. Mas eu os escolhi entre as pessoas do mundo, e vocês não são mais dele. Por isso o mundo odeia vocês.20Lembrem do que eu disse: “O empregado não é mais importante do que o patrão”. Se as pessoas que são do mundo me perseguiram, também perseguirão vocês; se elas obedeceram aos meus ensinamentos, também obedecerão aos ensinamentos de vocês. 21Por causa de mim, essas pessoas vão lhes fazer tudo isso porque não conhecem aquele que me enviou. 22Elas não teriam nenhum pecado se eu não tivesse vindo e falado a elas. Mas agora essas pessoas não têm desculpa para o seu pecado. 23Quem me odeia odeia também o meu Pai. 24Se eu não tivesse feito entre elas essas coisas que nenhum outro fez, elas não teriam nenhum pecado. Mas agora viram o que eu fiz e continuam a odiar tanto a mim como o meu Pai. 25Mas isso é para que se cumpra o que está escrito na Lei deles: “Eles me odiaram sem motivo.”
26 — Quando chegar o Auxiliador, o Espírito da verdade, que vem do Pai, ele falará a respeito de mim. E sou eu quem enviará esse Auxiliador a vocês da parte do Pai. 27E vocês também falarão a meu respeito porque estão comigo desde o começo.

João 16

1E Jesus disse ainda:
— Eu digo isso para que vocês não abandonem a sua fé.2Vocês serão expulsos das sinagogas, e chegará o tempo em que qualquer um que os matar pensará que está fazendo a vontade de Deus. 3Eles vão fazer essas coisas porque não conhecem nem o Pai nem a mim. 4Mas eu digo isso para que, quando essas coisas acontecerem, vocês lembrem que eu já os tinha avisado.

O trabalho do Espírito Santo

E Jesus continuou:
— Eu não disse isso antes, porque ainda estava com vocês.5Porém agora eu vou para junto daquele que me enviou. E nenhum de vocês me pergunta: “Aonde é que o senhor vai?”6Mas, porque eu disse isso, o coração de vocês ficou cheio de tristeza. 7Eu falo a verdade quando digo que é melhor para vocês que eu vá. Pois, se não for, o Auxiliador não virá; mas, se eu for, eu o enviarei a vocês. 8Quando o Auxiliador vier, ele convencerá as pessoas do mundo de que elas têm uma ideia errada a respeito do pecado e do que é direito e justo e também do julgamento de Deus. 9As pessoas do mundo estão erradas a respeito do pecado porque não creem em mim; 10estão erradas a respeito do que é direito e justo porque eu vou para o Pai, e vocês não vão me ver mais. 11E também estão erradas a respeito do julgamento porque aquele que manda neste mundo já está julgado.
12 — Ainda tenho muitas coisas para lhes dizer, mas vocês não poderiam suportar isso agora. 13Porém, quando o Espírito da verdade vier, ele ensinará toda a verdade a vocês. O Espírito não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que ouviu e anunciará a vocês as coisas que estão para acontecer. 14Ele vai ficar sabendo o que tenho para dizer, e dirá a vocês, e assim ele trará glória para mim. 15Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso eu disse que o Espírito vai ficar sabendo o que eu lhe disser e vai anunciar a vocês.

Tristeza e alegria

16E Jesus disse:
— Daqui a pouco vocês não vão me ver mais; porém, pouco depois, vão me ver novamente.
17Alguns dos seus discípulos comentaram:
— O que será que ele quer dizer? Ele afirma: “Daqui a pouco vocês não vão me ver mais; porém, pouco depois, vão me ver novamente”. E diz também: “É porque vou para o meu Pai”. 18 O que quer dizer “pouco depois”? Não entendemos o que isso quer dizer.
19Jesus, sabendo que eles queriam lhe fazer perguntas, disse:
— Eu afirmei que daqui a pouco vocês não vão me ver mais e que pouco depois vão me ver novamente. Por acaso não é a respeito disso que vocês estão fazendo perguntas uns aos outros? 20Pois eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês vão chorar e ficar tristes, mas as pessoas do mundo ficarão alegres. Vocês ficarão tristes, mas essa tristeza virará alegria. 21Quando uma mulher está para dar à luz, ela fica triste porque chegou a sua hora de sofrer. Mas, depois que a criança nasce, a mulher fica tão alegre, que nem lembra mais do seu sofrimento. 22Assim acontece também com vocês: agora estão tristes, mas eu os verei novamente. Aí vocês ficarão cheios de alegria, e ninguém poderá tirar essa alegria de vocês.
23 — Quando chegar aquele dia, vocês não me pedirão nada. E eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês pedirem ao Pai alguma coisa em meu nome, ele lhes dará. 24Até agora vocês não pediram nada em meu nome; peçam e receberão para que a alegria de vocês seja completa.

Vencendo o mundo

25E Jesus terminou, dizendo:
— Eu digo essas coisas a vocês por meio de comparações. Mas chegará o tempo em que não falarei mais por meio de comparações, pois falarei claramente a vocês a respeito do Pai.26Naquele dia vocês pedirão coisas em meu nome. E eu digo que não precisarei pedir ao Pai em favor de vocês, 27pois o próprio Pai os ama. Ele os ama porque vocês, de fato, me amam e creem que vim de Deus. 28Eu vim do Pai e entrei no mundo. E agora deixo o mundo e vou para o Pai.
29Então os seus discípulos disseram:
— Agora, sim, o senhor está falando claramente e não por meio de comparações. 30Sabemos agora que o senhor conhece tudo e não precisa que ninguém lhe faça perguntas. Por isso nós cremos que o senhor veio de Deus.
31E Jesus respondeu:
— Então agora vocês creem? 32Pois chegou a hora de vocês todos serem espalhados, cada um para a sua casa; e assim vão me deixar sozinho. Mas eu não estou só, pois o Pai está comigo.33Eu digo isso para que, por estarem unidos comigo, vocês tenham paz. No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem. Eu venci o mundo.

João 17

Jesus ora em favor dos seus seguidores

1Depois de dizer essas coisas, Jesus olhou para o céu e disse:
— Pai, chegou a hora. Revela a natureza divina do teu Filho a fim de que ele revele a tua natureza gloriosa. 2Pois tens dado ao Filho autoridade sobre todos os seres humanos para que ele dê a vida eterna a todos os que lhe deste. 3E a vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, que és o único Deus verdadeiro; e conheçam também Jesus Cristo, que enviaste ao mundo. 4Eu revelei no mundo a tua natureza gloriosa, terminando assim o trabalho que me deste para fazer. 5E agora, Pai, dá-me na tua presença a mesma grandeza divina que eu tinha contigo antes de o mundo existir.
6 — Eu mostrei quem tu és para aqueles que tiraste do mundo e me deste. Eles eram teus, e tu os deste para mim. Eles têm obedecido à tua mensagem 7e agora sabem que tudo o que me tens dado vem de ti. 8Pois eu lhes entreguei a mensagem que tu me deste, e eles a receberam, e ficaram sabendo que é verdade que eu vim de ti, e creram que tu me enviaste.
9 — Eu peço em favor deles. Não peço em favor do mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus. 10Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu; e a minha natureza divina se revela por meio daqueles que me deste. 11Agora estou indo para perto de ti. Eles continuam no mundo, mas eu não estou mais no mundo. Pai santo, pelo poder do teu nome, o nome que me deste, guarda-os para que sejam um, assim como tu e eu somos um.12Quando estava com eles no mundo, eu os guardava pelo poder do teu nome, o mesmo nome que me deste. Tomei conta deles; e nenhum se perdeu, a não ser aquele que já ia se perder para que se cumprisse o que as Escrituras Sagradas dizem. 13E agora estou indo para perto de ti. Mas digo isso enquanto estou no mundo para que o coração deles fique cheio da minha alegria.14Eu lhes dei a tua mensagem, mas o mundo ficou com ódio deles porque eles não são do mundo, como eu também não sou.15Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno . 16Assim como eu não sou do mundo, eles também não são. 17Que eles sejam teus por meio da verdade; a tua mensagem é a verdade. 18Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei. 19Em favor deles eu me entrego completamente a ti. Faço isso para que, de fato, eles também sejam completamente teus.
20 — Não peço somente por eles, mas também em favor das pessoas que vão crer em mim por meio da mensagem deles. 21E peço que todos sejam um. E assim como tu, meu Pai, estás unido comigo, e eu estou unido contigo, que todos os que crerem também estejam unidos a nós para que o mundo creia que tu me enviaste. 22A natureza divina que tu me deste eu reparti com eles a fim de que possam ser um, assim como tu e eu somos um.23Eu estou unido com eles, e tu estás unido comigo, para que eles sejam completamente unidos, a fim de que o mundo saiba que me enviaste e que amas os meus seguidores como também me amas.
24 — Pai, quero que, onde eu estiver, aqueles que me deste estejam comigo a fim de que vejam a minha natureza divina, que tu me deste; pois me amaste antes da criação do mundo. 25Pai justo, o mundo não te conhece, mas eu te conheço; e aqueles que me deste sabem que tu me enviaste. 26Eu fiz com que eles te conheçam e continuarei a fazer isso para que o amor que tens por mim esteja neles e para que eu também esteja unido com eles.

João 18

Jesus é preso

Mateus 26.47-56;Marcos 14.43-50;Lucas 22.47-54a
1Depois de fazer essa oração, Jesus saiu com os discípulos e foi para o outro lado do riacho de Cedrom. Havia ali um jardim, onde Jesus entrou com eles. 2Judas, o traidor, conhecia aquele lugar porque Jesus tinha se reunido muitas vezes ali com os discípulos. 3Então Judas foi ao jardim com um grupo de soldados e alguns guardas do Templo mandados pelos chefes dos sacerdotes e pelos fariseus. Eles estavam armados e levavam lanternas e tochas. 4Jesus sabia de tudo o que lhe ia acontecer. Por isso caminhou na direção deles e perguntou:
— Quem é que vocês estão procurando?
5— Jesus de Nazaré! — responderam.
— Sou eu! — disse Jesus.
Judas, o traidor, estava com eles. 6Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles recuaram e caíram no chão. 7Jesus perguntou outra vez:
— Quem é que vocês estão procurando?
— Jesus de Nazaré! — tornaram a responder.
8Jesus disse:
— Já afirmei que sou eu. Se é a mim que vocês procuram, então deixem que estes outros vão embora!
9Jesus disse isso para que se cumprisse o que ele tinha dito antes: “Pai, de todos aqueles que me deste, nenhum se perdeu.”
10Aí Simão Pedro tirou a espada, atacou um empregado do Grande Sacerdote e cortou a orelha direita dele. O nome do empregado era Malco. 11Mas Jesus disse a Pedro:
— Guarde a sua espada! Por acaso você pensa que eu não vou beber o cálice de sofrimento que o Pai me deu?

Jesus diante de Anás

12Em seguida os soldados, o comandante e os guardas do Templo prenderam Jesus e o amarraram. 13Então o levaram primeiro até a casa de Anás. Anás era o sogro de Caifás, que naquele ano era o Grande Sacerdote. 14Caifás era quem tinha dito aos líderes judeus que era melhor para eles que morresse apenas um homem pelo povo.

Pedro nega Jesus

Mateus 26.69-70;Marcos 14.66-68;Lucas 22.54b-57
15Simão Pedro foi seguindo Jesus, junto com outro discípulo. Esse discípulo era conhecido do Grande Sacerdote e por isso conseguiu entrar no pátio da casa dele junto com Jesus. 16Mas Pedro ficou do lado de fora, perto da porta. O outro discípulo, que era conhecido do Grande Sacerdote, saiu e falou com a empregada que tomava conta da porta. Então ela deixou Pedro entrar 17e lhe perguntou:
— Você não é um dos seguidores daquele homem?
— Eu, não! — respondeu ele.
18Por causa do frio, os empregados e os guardas tinham feito uma fogueira e estavam se aquecendo de pé, em volta dela. Pedro estava de pé, no meio deles, aquecendo-se também.

Jesus diante do Grande Sacerdote

Mateus 26.57-68;Marcos 14.53-65;Lucas 22.54,66-71
19O Grande Sacerdote fez algumas perguntas a Jesus a respeito dos seus seguidores e dos seus ensinamentos. 20E Jesus respondeu:
— Eu sempre falei a todos publicamente. Ensinava nas sinagogas e no pátio do Templo, onde o povo se reúne, e nunca disse nada em segredo. 21Então, por que o senhor está me fazendo essas perguntas? Pergunte aos que me ouviram, pois eles sabem muito bem o que eu disse a eles.
22Quando Jesus disse isso, um dos guardas do Templo que estavam ali deu-lhe uma bofetada e disse:
— Isso é maneira de falar com o Grande Sacerdote?
23 — Se eu disse alguma mentira, prove que menti! — respondeu Jesus. — Mas, se eu falei a verdade, por que é que você está me batendo?
24Depois Anás mandou Jesus, ainda amarrado, para Caifás, o Grande Sacerdote.

Pedro nega Jesus outra vez

Mateus 26.71-75;Marcos 14.69-72;Lucas 22.58-62
25Pedro ainda estava lá, de pé, aquecendo-se perto do fogo. Então lhe perguntaram:
— Você não é um dos seguidores daquele homem?
— Não, eu não sou! — respondeu ele.
26Um dos empregados do Grande Sacerdote, parente do homem de quem Pedro tinha cortado a orelha, perguntou:
— Será que eu não vi você com ele no jardim?
27E outra vez Pedro disse que não.
E no mesmo instante o galo cantou.

Jesus diante de Pilatos

Mateus 27.1-2,11-14;Marcos 15.1-5;Lucas 23.1-5
28Depois levaram Jesus da casa de Caifás para o palácio do Governador romano. Já era de manhã cedo. Os líderes judeus não entraram no palácio porque queriam continuar puros, conforme a religião deles; pois só assim poderiam comer o jantar da Páscoa. 29Então o governador Pilatos saiu, foi encontrar-se com eles e perguntou:
— Que acusação vocês têm contra este homem?
30Eles responderam:
— O senhor acha que nós lhe entregaríamos este homem se ele não tivesse cometido algum crime?
31Pilatos disse:
— Levem este homem e o julguem vocês mesmos, de acordo com a lei de vocês.
Então eles responderam:
— Nós não temos o direito de matar ninguém.
32Isso aconteceu assim para que se cumprisse o que Jesus tinha dito quando falou a respeito de como ia morrer .
33Pilatos tornou a entrar no palácio, chamou Jesus e perguntou:
— Você é o rei dos judeus?
34Jesus respondeu:
— Esta pergunta é do senhor mesmo ou foram outras pessoas que lhe disseram isso a meu respeito?
35— Por acaso eu sou judeu? — disse Pilatos. — A sua própria gente e os chefes dos sacerdotes é que o entregaram a mim. O que foi que você fez?
36Jesus respondeu:
— O meu Reino não é deste mundo! Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus seguidores lutariam para não deixar que eu fosse entregue aos líderes judeus. Mas o fato é que o meu Reino não é deste mundo!
37— Então você é rei? — perguntou Pilatos.
— É o senhor que está dizendo que eu sou rei! — respondeu Jesus. — Foi para falar da verdade que eu nasci e vim ao mundo. Quem está do lado da verdade ouve a minha voz.
38— O que é a verdade? — perguntou Pilatos.

Jesus é condenado à morte

Mateus 27.15-31;Marcos 15.6-20;Lucas 23.13-25
Depois de dizer isso, Pilatos saiu outra vez para falar com a multidão e disse:
— Não vejo nenhum motivo para condenar este homem. 39Mas, de acordo com o costume de vocês, eu sempre solto um prisioneiro na ocasião da Páscoa. Vocês querem que eu solte para vocês o rei dos judeus?
40Todos começaram a gritar:
— Não, ele não! Nós queremos que solte Barrabás!
Acontece que esse Barrabás era um criminoso.

João 19

1Aí Pilatos mandou chicotear Jesus. 2Depois os soldados fizeram uma coroa de ramos cheios de espinhos, e a puseram na cabeça dele, e o vestiram com uma capa vermelha. 3Chegavam perto dele e diziam:
— Viva o rei dos judeus!
E davam bofetadas nele. 4Aí Pilatos saiu outra vez e disse para a multidão:
— Escutem! Vou trazer o homem aqui para que vocês saibam que não encontro nenhum motivo para condená-lo!
5Então Jesus saiu com a coroa de espinhos na cabeça e vestido com a capa vermelha.
— Vejam! Aqui está o homem! — disse Pilatos.
6Quando os chefes dos sacerdotes e os guardas do Templo viram Jesus, começaram a gritar:
— Crucifica! Crucifica!
— Vocês que o levem e o crucifiquem! Eu não encontro nenhum motivo para condenar este homem! — repetiu Pilatos.
7A multidão respondeu:
— Nós temos uma Lei, e ela diz que este homem deve morrer porque afirma que é o Filho de Deus.
8Quando Pilatos ouviu isso, ficou com mais medo ainda. 9Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus:
— De onde você é?
Mas Jesus não respondeu nada. 10Então Pilatos disse:
— Você não quer falar comigo? Lembre que eu tenho autoridade tanto para soltá-lo como para mandar crucificá-lo.
11Jesus respondeu:
— O senhor só tem autoridade sobre mim porque ela lhe foi dada por Deus. Por isso aquele que me entregou ao senhor é culpado de um pecado maior.
12Depois disso Pilatos quis soltar Jesus. Mas a multidão gritou:
— Se o senhor soltar esse homem, não é amigo do Imperador! Pois quem diz que é rei é inimigo do Imperador!
13Quando Pilatos ouviu isso, trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado “Calçada de Pedra”. (Em hebraico o nome desse lugar é “Gabatá”.) 14Era quase meio-dia da véspera da Páscoa. Pilatos disse para a multidão:
— Aqui está o rei de vocês!
15Mas eles gritaram:
— Mata! Mata! Crucifica!
Então Pilatos perguntou:
— Querem que eu crucifique o rei de vocês?
Mas os chefes dos sacerdotes responderam:
— O nosso único rei é o Imperador!
16Então Pilatos entregou Jesus aos soldados para ser crucificado, e eles o levaram.

A crucificação de Jesus

Mateus 27.32-44;Marcos 15.21-32;Lucas 23.26-43
17Jesus saiu carregando ele mesmo a cruz para o lugar chamado Calvário. (Em hebraico o nome desse lugar é “Gólgota”.)
18Ali os soldados pregaram Jesus na cruz. E crucificaram também outros dois homens, um de cada lado dele. 19-20Pilatos mandou escrever um letreiro e colocá-lo na parte de cima da cruz. Nesse letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego: “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”. Muitas pessoas leram o letreiro porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. 21Então os chefes dos sacerdotes disseram a Pilatos:
— Não escreva: “Rei dos Judeus”; escreva: “Este homem disse: Eu sou o Rei dos Judeus”.
22— O que escrevi escrevi! — respondeu Pilatos.
23Depois que os soldados crucificaram Jesus, pegaram as roupas dele e dividiram em quatro partes, uma para cada um. Mas a túnica era sem costura, toda tecida numa só peça de alto a baixo. 24Por isso os soldados disseram uns aos outros:
— Não vamos rasgar a túnica. Vamos tirar a sorte para ver quem fica com ela.
Isso aconteceu para que se cumprisse o que as Escrituras Sagradas dizem:
“Repartiram entre si as minhas roupas
e fizeram sorteio da minha túnica.”
E foi isso o que os soldados fizeram.
25Perto da cruz de Jesus estavam a sua mãe, e a irmã dela, e Maria, a esposa de Clopas, e também Maria Madalena. 26Quando Jesus viu a sua mãe e perto dela o discípulo que ele amava, disse a ela:
— Este é o seu filho.
27Em seguida disse a ele:
— Esta é a sua mãe.
E esse discípulo levou a mãe de Jesus para morar dali em diante na casa dele.

A morte de Jesus

Mateus 27.45-56;Marcos 15.33-41;Lucas 23.44-49
28Agora Jesus sabia que tudo estava completado. Então, para que se cumprisse o que dizem as Escrituras Sagradas, disse:
— Estou com sede!
29Havia ali uma vasilha cheia de vinho comum. Molharam no vinho uma esponja, puseram a esponja num bastão de hissopo e a encostaram na boca de Jesus. 30Quando ele tomou o vinho, disse:
— Tudo está completado!
Então baixou a cabeça e morreu.

Um soldado fura o lado de Jesus

31Então os líderes judeus pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos que tinham sido crucificados e mandasse tirá-los das cruzes. Pediram isso porque era sexta-feira e não queriam que, no sábado, os corpos ainda estivessem nas cruzes. E aquele sábado era especialmente santo. 32Os soldados foram e quebraram as pernas do primeiro homem que tinha sido crucificado com Jesus e depois quebraram as pernas do outro. 33Mas, quando chegaram perto de Jesus, viram que ele já estava morto e não quebraram as suas pernas. 34Porém um dos soldados furou o lado de Jesus com uma lança. No mesmo instante saiu sangue e água.
35Quem viu isso contou o que aconteceu para que vocês também creiam. O que ele disse é verdade, e ele sabe que fala a verdade. 36Isso aconteceu para que se cumprisse o que as Escrituras Sagradas dizem: “Nenhum dos seus ossos será quebrado.” 37E em outro lugar as Escrituras Sagradas dizem: “Eles olharão para aquele a quem atravessaram com a lança.”

O sepultamento de Jesus

Mateus 27.57-61;Marcos 15.42-47;Lucas 23.50-56
38Depois disso, José, da cidade de Arimateia, pediu licença a Pilatos para levar o corpo de Jesus. (José era seguidor de Jesus, mas em segredo porque tinha medo dos líderes judeus.) Pilatos deu licença, e José foi e retirou o corpo de Jesus. 39Nicodemos, aquele que tinha ido falar com Jesus à noite, foi com José, levando uns trinta e cinco quilos de uma mistura de aloés e mirra. 40Os dois homens pegaram o corpo de Jesus e o enrolaram em lençóis nos quais haviam espalhado essa mistura. Era assim que os judeus preparavam os corpos dos mortos para serem sepultados.
41No lugar onde Jesus tinha sido crucificado havia um jardim com um túmulo novo onde ninguém ainda tinha sido colocado. 42Puseram ali o corpo de Jesus porque o túmulo ficava perto e também porque o sábado dos judeus ia começar logo .

João 20

O túmulo vazio

Mateus 28.1-8;Marcos 16.1-8;Lucas 24.1-12
1Domingo bem cedo, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi até o túmulo e viu que a pedra que tapava a entrada tinha sido tirada. 2Então foi correndo até o lugar onde estavam Simão Pedro e outro discípulo, aquele que Jesus amava, e disse:
— Tiraram o Senhor Jesus do túmulo, e não sabemos onde o puseram!
3Então Pedro e o outro discípulo foram até o túmulo. 4Os dois saíram correndo juntos, mas o outro correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro. 5Ele se abaixou para olhar lá dentro e viu os lençóis de linho; porém não entrou no túmulo. 6Mas Pedro, que chegou logo depois, entrou. Ele também viu os lençóis colocados ali 7e a faixa que tinham posto em volta da cabeça de Jesus. A faixa não estava junto com os lençóis, mas estava enrolada ali ao lado. 8Aí o outro discípulo, que havia chegado primeiro, também entrou no túmulo. Ele viu e creu. 9(Eles ainda não tinham entendido as Escrituras Sagradas, que dizem que era preciso que Jesus ressuscitasse.) 10E os dois voltaram para casa.

Jesus aparece a Maria Madalena

Mateus 28.9-10;Marcos 16.9-11
11Maria Madalena tinha ficado perto da entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, ela se abaixou, olhou para dentro 12e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus. Um estava na cabeceira, e o outro, nos pés. 13Os anjos perguntaram:
— Mulher, por que você está chorando?
Ela respondeu:
— Levaram embora o meu Senhor, e eu não sei onde o puseram!
14Depois de dizer isso, ela virou para trás e viu Jesus ali de pé, mas não o reconheceu. 15Então Jesus perguntou:
— Mulher, por que você está chorando? Quem é que você está procurando?
Ela pensou que ele era o jardineiro e por isso respondeu:
— Se o senhor o tirou daqui, diga onde o colocou, e eu irei buscá-lo.
16 — Maria! — disse Jesus.
Ela virou e respondeu em hebraico:
— “Rabôni!” (Esta palavra quer dizer “Mestre”.)
17Jesus disse:
— Não me segure, pois ainda não subi para o meu Pai. Vá se encontrar com os meus irmãos e diga a eles que eu vou subir para aquele que é o meu Pai e o Pai deles, o meu Deus e o Deus deles.
18Então Maria Madalena foi e disse aos discípulos de Jesus:
— Eu vi o Senhor!
E contou o que Jesus lhe tinha dito.

Jesus aparece aos discípulos

Mateus 28.16-20;Marcos 16.14-18;Lucas 24.36-49
19Naquele mesmo domingo, à tarde, os discípulos de Jesus estavam reunidos de portas trancadas, com medo dos líderes judeus. Então Jesus chegou, ficou no meio deles e disse:
— Que a paz esteja com vocês!
20Em seguida lhes mostrou as suas mãos e o seu lado. E eles ficaram muito alegres ao verem o Senhor. 21Então Jesus disse de novo:
— Que a paz esteja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês.
22Depois soprou sobre eles e disse:
— Recebam o Espírito Santo. 23Se vocês perdoarem os pecados de alguém, esses pecados são perdoados; mas, se não perdoarem, eles não são perdoados.
Jesus e Tomé
24Acontece que Tomé, um dos discípulos, que era chamado de “o Gêmeo”, não estava com eles quando Jesus chegou. 25Então os outros discípulos disseram a Tomé:
— Nós vimos o Senhor!
Ele respondeu:
— Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, e não tocar ali com o meu dedo, e também se não puser a minha mão no lado dele, não vou crer!
26Uma semana depois, os discípulos de Jesus estavam outra vez reunidos ali com as portas trancadas, e Tomé estava com eles. Jesus chegou, ficou no meio deles e disse:
— Que a paz esteja com vocês!
27Em seguida disse a Tomé:
— Veja as minhas mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e creia!
28Então Tomé exclamou:
— Meu Senhor e meu Deus!
29 — Você creu porque me viu? — disse Jesus. — Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram!

A finalidade deste Evangelho

30Jesus fez diante dos discípulos muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. 31Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele.

João 21

Jesus aparece a sete discípulos

1Depois disso, Jesus apareceu outra vez aos seus discípulos, na beira do lago da Galileia. Foi assim que aconteceu:
2Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado “o Gêmeo”; Natanael, que era de Caná da Galileia; os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos. 3Simão Pedro disse aos outros:
— Eu vou pescar.
— Nós também vamos pescar com você! — disseram eles.
Então foram todos e subiram no barco, mas naquela noite não pescaram nada. 4De manhã, quando começava a clarear, Jesus estava na praia. Porém eles não sabiam que era ele. 5Então Jesus perguntou:
— Moços, vocês pescaram alguma coisa?
— Nada! — responderam eles.
6 — Joguem a rede do lado direito do barco, que vocês acharão peixe! — disse Jesus.
Eles jogaram a rede e logo depois já não conseguiam puxá-la para dentro do barco, por causa da grande quantidade de peixes que havia nela. 7Aí o discípulo que Jesus amava disse a Pedro:
— É o Senhor Jesus!
Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a capa, pois havia tirado a roupa, e se jogou na água. 8 Os outros discípulos foram no barco, puxando a rede com os peixes, pois estavam somente a uns cem metros da praia. 9Quando saíram do barco, viram ali uma pequena fogueira, com alguns peixes em cima das brasas. E também havia pão. 10Então Jesus disse:
— Tragam alguns desses peixes que vocês acabaram de pescar.
11Aí Simão Pedro subiu no barco e arrastou a rede para a terra. Ela estava cheia, com cento e cinquenta e três peixes grandes, e mesmo assim não se rebentou. 12Jesus disse:
— Venham comer!
Nenhum deles tinha coragem de perguntar quem ele era, pois sabiam que era o Senhor. 13Então Jesus veio, pegou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com os peixes.
14Foi esta a terceira vez que Jesus, depois de ter sido ressuscitado, apareceu aos seus discípulos.

Jesus e Pedro

15Quando eles acabaram de comer, Jesus perguntou a Simão Pedro:
— Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam?
— Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! — respondeu ele.
Então Jesus lhe disse:
— Tome conta das minhas ovelhas!
16E perguntou pela segunda vez:
— Simão, filho de João, você me ama?
Pedro respondeu:
— Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor!
E Jesus lhe disse outra vez:
— Tome conta das minhas ovelhas!
17E perguntou pela terceira vez:
— Simão, filho de João, você me ama?
Então Pedro ficou triste por Jesus ter perguntado três vezes: “Você me ama?” E respondeu:
— O senhor sabe tudo e sabe que eu o amo, Senhor!
E Jesus ordenou:
— Tome conta das minhas ovelhas. 18Quando você era moço, você se aprontava e ia para onde queria. Mas eu afirmo a você que isto é verdade: quando for velho, você estenderá as mãos, alguém vai amarrá-las e o levará para onde você não vai querer ir.
19Ao dizer isso, Jesus estava dando a entender de que modo Pedro ia morrer e assim fazer com que Deus fosse louvado.
Então Jesus disse a Pedro:
— Venha comigo!

Jesus e o outro discípulo

20Então Pedro virou para trás e viu que o discípulo que Jesus amava vinha atrás dele. Este era o mesmo que estava ao lado de Jesus durante o jantar da Páscoa e que havia chegado para mais perto dele e perguntado: “Senhor, quem é o traidor?” 21Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus:
— O que diz, Senhor, a respeito deste aqui?
22Jesus respondeu:
— Se eu quiser que ele viva até que eu volte, o que é que você tem com isso? Venha comigo!
23Então se espalhou entre os seguidores de Jesus a notícia de que aquele discípulo não ia morrer. Mas Jesus não disse isso. Ele apenas disse: “Se eu quiser que ele viva até que eu volte, o que é que você tem com isso?”
24Este é o discípulo que falou destas coisas e as escreveu. E nós sabemos que o que ele disse é verdade.

Final

25Ainda há muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem escritas, uma por uma, acho que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.